Yoweri Museveni, no poder há 30 anos, foi reeleito presidente de Uganda por um quinto mandato de cinco anos, anunciou neste sábado a Comissão Eleitoral.
"A Comissão declara que o candidato Yoweri Kaguta Museveni, que obteve mais de 50% dos votos apurados, foi eleito presidente da República de Uuganda", declarou seu presidente, Badru Kiggundu.
Museveni venceu a eleição, realizada em 18 de fevereiro, com 60,75% dos votos, muito à frente de seu principal rival, Kizza Besigye (35,37%). O ex-primeiro-ministro Amama Mbabazi recebeu apenas 1,43% dos votos.
Dos 15 milhões de eleitores registrados, 9.701.738 votaram, uma participação de 63,5%.
A oposição, que acusa a Comissão de ser partidária do regime e de encobrir suas fraudes, não deve reconhecer a vitória de Museveni.
O Fórum para a Mudança Democrática (FDC) de Besigye apelou neste sábado os "ugandeses e a comunidade internacional a rejeitar e condenar a fraude cometida".
A imparcialidade da Comissão Eleitoral também tem sido questionada por observadores da União Europeia e do Commonwealth.
A reeleição de Yoweri Museveni, no entanto, era esperada. Ele venceu no primeiro turno nas quatro eleições anteriores, com 75% dos votos em 1996, 69% em 2001, 59% em 2006 e 68% em 2011.
O partido de Museveni, o Movimento de Resistência Nacional (NRM), comemorou os resultados.
"Isto confirma que os nossos adversários não conseguiram oferecer nenhuma alternativa", declarou seu porta-voz, Mike Sebalu.
No poder desde 1986 - depois de derrubar o autocrático Milton Obote - Museveni segue muito popular no país e beneficia do poder financeiro e experiência eleitoral do seu partido
Enquanto os resultados eram anunciados, Kizza Besigye foi colocado sob vigilância policial em sua casa, depois de ter sido preso no dia anterior.
A forte presença da polícia também foi notada em frente à sede do FDC, diante da casa de Amama Mbabazi, e mais amplamente nas ruas de Kampala.
Uganda, um país na África Oriental, com uma população estimada em 37 milhões, nunca experimentou uma mudança política pacífica desde a independência em 1962.
* AFP