Prestigiada por dezenas de petistas, que compareceram em peso ao auditório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), em Porto Alegre, a posse do novo superintendente regional do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Claudio Pereira, ficou marcada por uma cobrança pública do presidente da seção gaúcha da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo, ao ministro Miguel Rossetto. Em seu discurso, Nespolo fez críticas ao ajuste fiscal e criticou a ideia do governo de promover a reforma da Previdência.
– Não podemos admitir, senhor ministro, que a reforma da previdência seja a solução para os problemas. Estamos preocupados com os 21% (de déficit) da Previdência, mas não fazemos nada para combater os quase 50% da dívida pública. O governo precisa mostrar que dívida é essa, quais são as pessoas que lucram em cima dela – queixou-se.
Planalto tenta conseguir apoio para reforma da Previdência
Rossetto evitou tratar do assunto na sua fala, mas após a solenidade, em entrevista coletiva, lembrou que o governo iniciou há pouco a elaboração da reforma, e que os movimentos sociais e centrais sindicais participarão do processo.
– Todo o esforço é construção de pontes de convergência, reconhecendo que é um tema difícil, delicado, porque obviamente envolve milhões de brasileiros e suas expectativas. Qualquer mudança, mecanismo de transição será feito de forma clara, suave, de tal forma que não haja nenhuma necessidade de uma corrida à previdência. É um longo processo em que essas regras serão absolutamente claras – destacou.
Proposta para reforma da Previdência vai atrasar
Na semana passada, ao anunciar os primeiros cortes no orçamento de 2016, a equipe econômica do Planalto colocou como uma das opções para conter as despesas o congelamento do aumento real do salário mínimo. Já o ministro do Trabalho e Previdência Social garante que isso não ocorrerá ao menos até 2019:
– O tema do salário mínimo está resolvido até 2019. Há uma legislação aprovada que assegura uma regra de valorização até 2019. Em 2019, será feito um outro debate com os governos eleitos e o Congresso a partir de lá.
Sobre a 23ª fase da Operação Lava-Jato, que tem como principal alvo o marqueteiro das campanhas de Lula e Dilma Rousseff à Presidência, João Santana, Rossetto, que também integrou a equipe que ajudou a eleger a petista, evitou comentar os mandados de prisão expedidos nesta segunda-feira.
– Não tive acesso e não consegui ler, por conta do trabalho, as razões que levaram a essas prisões, portanto não vou me manifestar sobre isso. O que eu posso afirmar é que todas as finanças da campanha da presidente Dilma são absolutamente corretas, legais, e já foram julgadas desse jeito pelo Tribunal Superior Eleitoral.
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