Para quem passa em frente ao prédio de 13 andares do Instituto de Previdência do Estado (IPE), na Avenida Borges de Medeiros, na Capital, os danos deixados pelo temporal do final de janeiro saltam aos olhos. Cento e um retângulos, nos quais antes havia vidros, estão cobertos por pedaços de madeira. Mas quem tem acesso às repartições enxerga muito mais - algo que o temporal apenas agravou: a falta de manutenção dos prédios públicos.
Não existe levantamento do governo estadual sobre edificações mal conservadas ou das que foram afetados pelos ventos de 119 km/h que abalaram a Capital há mais de três semanas. ZH percorreu quatro sedes que oferecem atendimento à população e verificou que parte deles ainda está com serviços afetados.
- Sempre tive receio de andar aqui (no prédio do Instituto de Previdência do Estado - IPE). Agora, é de dar medo - afirma Roberto Max Liebstein, vice-presidente do Sindicato dos Servidores do IPE (Sindipe).
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Em quatro pontos do prédio, em três andares diferentes, a estrutura metálica que sustenta as janelas (chamada de longarina) se descolou da parede, abrindo uma fenda por onde é possível enxergar o andar inferior. Há goteiras em todos os setores, fiação exposta e montes de entulhos pelos corredores. Dos oito elevadores (todos com mais de 40 anos), apenas dois estavam em operação no início da semana no prédio onde também funciona a Defensoria Pública.
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Vanessa Kannenberg / Uruguaiana
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