O Marrocos prendeu um belga suspeito de ter vínculos com o cérebro dos atentados terroristas de Paris, que deixaram 130 mortos - informaram as autoridades de Rabat.
Segundo o Ministério marroquino do Interior, o belga foi preso em 15 de janeiro na cidade de Mohammadiya, perto de Casablanca.
Identificado apenas por suas iniciais pelo governo, o detido viajou para a Síria na companhia de um dos terroristas que detonou seus explosivos no subúrbio parisiense de Saint-Denis.
Já a Procuradoria belga disse se tratar de Gelel Attar.
Na Síria, ele se alistou na Frente Al-Nosra (facção local da Al-Qaeda) antes de aderir ao Estado Islâmico (EI), onde teria estabelecido vínculos com o "cérebro dos atentados de Paris".
O suspeito voltou à Europa via Turquia e, depois de passar por Alemanha, Bélgica e Holanda, foi para o Marrocos.
O suspeito será apresentado à Justiça no fim da investigação, completou o comunicado.
Segundo o "site" de notícias marroquino Le360, próximo ao Palácio real, o suspeito foi detido na casa da mãe, quando estava sozinho. Ela está na Bélgica, e o pai já é falecido.
Há dois meses, uma informação da Inteligência do Marrocos contribuiu para colocar os investigadores franceses na pista do belga-marroquino Abdelhamid Abaaud, apresentado como cérebro dos atentados de Paris.
Abaaud foi morto em 18 de novembro de 2015, em uma batida policial em Saint-Denis, no subúrbio parisiense.
Depois de sua morte, a Bélgica pediu ao Marrocos "uma colaboração estreita e dirigida em matéria de Inteligência e de segurança" para rastrear suspeitos envolvidos nesses atentados, ou que estivessem preparando novos ataques.
O jornal flamengo De Standard publicou hoje, em sua página on-line, que Attar se mudou em 2013, de forma definitiva, para o Marrocos. Ele havia sido condenado à revelia em julho de 2015 em Bruxelas a cinco anos de prisão, por pertencer a uma organização terrorista e por vários roubos. Abaaud foi condenado no mesmo processo.
Segundo o jornal Het Nieuwsblad, Gelel Attar tem 26 anos e é originário de Molenbeek, uma comuna de Bruxelas com grande número de imigrantes. Desde março de 2014, já havia um mandado internacional expedido contra ele pelo governo belga.
Dois meses após os atentados de Paris, a investigação se concentra cada vez mais na Bélgica: quatro homens continuam sendo rastreados pelas Polícias europeias. Entre eles, está Salah Abdeslam, um francês residente na Bélgica. Também resta identificar três dos suicidas.
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