Há quem tenha vibrado com a abertura do processo de impeachment e, por certo, não faltará ardor patriótico para revestir com lágrimas a manobra. É preciso insistir, entretanto, que o impedimento não é remédio para governos ruins, nem receita para se debelar crises econômicas. Aceitá-lo nessas circunstâncias equivaleria a ferir gravemente nossa frágil experiência democrática. Não se trata de Dilma, então, mas da soberania do voto popular. No mais, estamos diante de jogo conduzido por um indivíduo cuja presença na presidência da Câmara é, em si mesma, um escárnio (para usar o adjetivo tão bem empregado pela ministra Cármem Lúcia quando da prisão de Delcídio, "o humanitário").
Artigo
A guerra dos fantasmas
Jornalista e sociólogo