O pânico tomou conta na noite de Paris após uma série de atentados que provocou mais de 40 mortes e pelo menos seis dezenas feridos, segundo as primeiras informações divulgadas pela forças de polícia. Ataques ocorreram em pelo menos sete diferentes localidades da cidade, incluindo a casa de espetáculos Bataclan, no bulevar Voltaire (11° distrito) - onde os agressores fizeram uma centena de reféns -, e nos arredores do Stade de France, onde o presidente François Hollande assistia ao jogo amistoso entre as seleções da França e da Alemanha.
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Evacuado do estádio em meio à partida, o chefe da nação alertou mais tarde a população, em pronunciamento ao vivo pela tevê, para a gravidade da situação:
– Ataques terroristas de uma amplitude sem precedentes estão em curso. Houve várias dezenas de mortos, e muitos feridos, é um horror – disse Hollande.
O presidente convocou o reforço militar, declarou estado de urgência em todo o país - na primeira vez em que tal medida é adotada para toda a extensão do território nacional desde a Guerra da Argélia -, e o fechamento das fronteiras. O governo autorizou perquirições em toda a região da Île-de-France (a Grande Paris), e previu a interrupção de circulação em várias vias da capital até que a situação esteja considerada sob controle. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, solicitou aos habitantes que permanecessem em suas casas.
VÍDEO: explosão é ouvida por jogadores e torcedores que estavam no Stade de France
A sexta-feira noturna de festa em bares e restaurantes da capital se transformou em tragédia e terror, com tiroteios e mortes. No Bataclan, com capacidade para 1.500 pessoas, o grupo americano Eagle of Death Metal fazia um show de lotação esgotada quando homens armados de metralhadoras kalashnikov entraram atirando e gritando "Allahu akbar" (Deus é grande) e "Isso é pela Síria", segundo testemunhos. No início da madrugada, o RAID, a unidade de elite da polícia nacional francesa, interviu no local e matou dois terroristas.
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Pelo menos três estrondos foram ouvidos no Stade de France enquanto os jogadores franceses e alemães dispuatavam o amistoso. Pelo menos uma das explosões que ocorreram no exterior do estádio teria sido causada por um terrorista kamikaze, que teria detonado explosivos colados ao corpo.
Outros ataques ocorreram no restaurante Le Petit Cambodge, no bar Carillon e no café La Belle Equipe, nos 10° e 11° distritos de Paris, com mortos e feridos estendidos pelas calçadas.