A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgou, nesta sexta-feira (20), pesquisa sobre os efeitos da crise financeira do País nas prefeituras. No Rio Grande do Sul, 450 dos 465 que responderam o estudo disseram ter adotado medidas diante da redução de repasses da União.
A maioria, 390 cidades, afirma ter reduzido despesas de custeio; 232 alteraram horários de expediente dos órgãos municipais; 222 reduziram quadro de funcionários; e 209 reduziram quadro de cargos comissionados.
Apenas 44 municípios reduziram os salários dos prefeitos e vereadores. Praticamente todos, 97,7%, afirmam ter sentido os efeitos da crise.
Quando a pergunta é sobre os efeitos na área da educação, 75,5% das prefeituras dizem enfrentar problemas, sendo que a maior dificuldade é para manter o transporte escolar. No caso da saúde, 83,2% disseram que a crise afetou o setor.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, cita que os principais problemas são falta de remédios e de médicos.
"Isso atinge todas as áreas (da saúde), começando até pelo fornecimento de remédios. Por exemplo, Farmácia Básica que é essencial. Ou não estou falando em remédios um pouco mais complexo. Estou falando em remédios para combate à pressão alta, diabetes, coisas básicas já estão faltando em mais de 2 mil municípios do Brasil", lamenta.
Ziulkoski projeta um 2016 mais difícil ainda, diante do cenário econômico atual. O presidente da CNM também destacou a necessidade de um novo pacto federativo e chegou a elogiar a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sobre o tratamento com o tema.
"Vocês podem me chamar de louco, mas se Eduardo Cunha seguir na Câmara, o Pacto Federativo sai", ressalta.
Os dados do Rio Grande do Sul são semelhantes à média nacional. No país, dos 5.568 municípios, 73,3% (4.080) responderam à pesquisa. Desses, 98,5% afirmam sentir os efeitos da crise financeira do país.
Ziulkoski projeta a situação dos municípios diante da crise em 2016: