A presidente Dilma Rousseff reuniu os principais ministros da coordenação política do governo nesta segunda-feira no Palácio da Alvorada para traçar cenários de reação à aprovação do pedido de impeachment a ser apreciado a partir de terça na Câmara dos Deputados.
Os ministros Ricardo Berzoini (Governo), Jaques Wagner (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) e o assessor especial Giles Azevedo estiveram entre a manhã e início da tarde deste feriado em reunião com Dilma. Integrantes da bancada do PT foram chamados para uma reunião para o início desta noite com o ministro Ricardo Berzoini no Palácio do Planalto.
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Por volta das 18h30min, estavam no gabinete de Berzoini os deputados Paulo Pimenta, Carlos Zarattini, Maria do Rosário, Afonso Florence, Wadih Damous, Margarida Salomão e Bohn Gass. O líder do PT na Câmara, José Guimarães, também era esperado para o encontro. Na chegada ao Palácio, o deputado Zarattini disse que o encontro seria para debater a pauta da semana. Já a deputada Margarida Salomão afirmou que "é preciso conversar neste momento".
Na avaliação do governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve apreciar, ainda na terça-feira, o pedido de impeachment da presidente assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. Acuado pelas investigações da Operação Lava-Jato, Cunha estuda dar seu aval e abrir o processo de impeachment de Dilma sem a necessidade de submeter o pedido ao plenário da Câmara.
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Até aqui, o governo trabalhava com o cenário de abertura do processo após uma votação no plenário. Pelo script, Cunha negaria o pedido dos juristas, mas deputados da oposição apresentariam um recurso para submeter o pedido ao voto no plenário. Seriam necessários 257 dos 513 deputados para cumprir esse roteiro.
Mas o enfraquecimento de Cunha após as revelações do Ministério Público da Suíça de que ele e sua mulher mantêm quatro contas secretas em bancos do país deve mudar o cenário.
* Estadão Conteúdo