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Denunciado 14 vezes por adulteração de leite, o dono da Lactibom, Luciano Petry, revela o crime em conversas telefônicas, interceptadas pelo Ministério Público durante a Operação Leite Compen$ado 10. A última fase da ação de combate à adição ilegal de substâncias no produto foi deflagrada nesta quarta-feira, em Venâncio Aites, no Vale do Taquari.
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Em uma das conversas, o empresário diz "Tomara que o cara não tenha lavado roupa suja dentro do tanque" de leite:
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No segundo áudio, Petry admite: "Não é para esperar muito do leite":
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Em outro diálogo, um químico adverte: "É nata que virou manteiga, vai tudo fora". E o empresário responde:" Não, não vai fora, vou aproveitar":
Veja como foi a 10ª fase da operação:
Nesta quarta-feira, uma fábrica de leite e uma distribuidora de laticínios de Venâncio Aires, no Vale do Taquari, sofreram busca e apreensão pelo Ministério Público (MP). As empresas são suspeitas de adulterar o produto vendido ao consumidor. Ao todo, 15 laudos técnicos da Secretaria Estadual de Agricultura apontam adição de água ao leite, em proporções muito acima do tolerado por lei.
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A fábrica interditada é a H2B, produtora do leite Lactibom. Essa indústria já tinha sido interditada em 2008, quando ainda se chamava Lactibom, pelo mesmo motivo: adulteração do leite com água. O nome da empresa teria sido trocado em decorrência de dívidas contraídas pelo antigo proprietário, que repassou o controle da H2B para Luciano Petry.
O empresário já foi investigado este ano pela Operação Leite Compen$ado. Petry, inclusive, está 14 vezes denunciado por adulteração no leite, em outras fábricas.
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Petry apareceu na empresa em meio à operação do MP e prometeu colaborar com as autoridades, mas não quis falar com a imprensa.
Já a distribuidora interditada é a Drw Comércio de Laticínios. Zero Hora não conseguiu localizar os proprietários da Drw.
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