O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não quis comentar a delação premiada de Fernando 'Baiano' Soares, na qual o delator descreveu aos investigadores da Operação Lava-Jato como acertou com o peemedebista estratégias para pressionar o lobista Julio Camargo a pagar US$ 16 milhões em propinas atrasadas. Os desvios seriam relativos a contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.
- Não sou comentarista de delação - afirmou Cunha ao ser questionado sobre as informações divulgadas na manhã desta quinta-feira pelo portal Estadão.
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De acordo com a delação de Baiano, houve reuniões na casa e no escritório do presidente da Câmara, no Rio, entre 2010, na época de campanha eleitoral, e 2011. Baiano é apontado como o operador do PMDB no esquema de propinas da Petrobras.
Sigilo
O peemedebista disse que não tomou conhecimento da decisão do ministro e relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, de negar hoje um recurso de sua defesa. A defesa pedia que o inquérito contra ele, a filha, Danielle, e a esposa Cláudia Cruz, tramitem na Corte em segredo de Justiça.
- Quem faz o pedido são meus advogados. Cabe a eles responder - afirmou.
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Cunha, a esposa e a filha são investigados por suspeita de terem contas secretas na Suíça abastecidas com dinheiro desviado da Petrobras. O peemedebista é suspeito de ter patrimônio não declarado de cerca de R$ 61 milhões no exterior.
Impeachment
O presidente da Câmara dos Deputados disse que é preciso ter cautela ao analisar o novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, protocolado na quarta-feira pela oposição.
- O fato de existir a pedalada não quer dizer que tenha havido o ato da presidente com relação ao descumprimento da lei. Pode ser feita por vários motivos. Pode ser uma circunstância de equipe - disse Cunha ao se referir ao atraso no repasse de recursos a bancos públicos, para pagamento de benefícios.
*Estadão Conteúdo