Depois do temporal do último dia 8 e dos ventos fortes da madrugada da última quinta-feira, a falta de energia elétrica se tornou um dos grandes problemas em Santa Maria. De acordo com a AES Sul, até às 11h deste sábado, 20 mil clientes ainda estavam sem luz na cidade. No Estado, são 130 mil.
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Na área central, a previsão da AES Sul é de que a energia seja restabelecida ainda neste sábado. Já nos bairros e nas zonas rurais, os moradores precisam ter paciência: a luz deve voltar até a próxima quinta-feira. Para isso, 34 equipes da AES Sul trabalham nos consertos.
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Da noite de quarta-feira até o começo da tarde de sexta, foram mais de 500 ocorrências de risco atendidas pela concessionária. Além disso, mais de 300 transformadores foram afetados pelo vendaval e tiveram de ser desligados, e cerca de 80 postes de luz caíram.
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Até sexta-feira, o restabelecimento da energia estava sendo feito de forma gradativa e, conforme os consertos e a reconstrução da rede iam sendo concluídos, a luz ia retornando em algumas regiões da cidade. Além de ficar sem eletricidade, cerca de 8 mil pessoas ainda sofriam com a falta dágua. O problema se agravou por conta da falta de energia nas estações de bombeamento, que abastecem as residências.
A costureira Elza Mendonça, 55 anos, estava sem energia elétrica desde a manhã de quinta-feira. No condomínio onde ela mora, na Rua Visconde de Pelotas, no bairro Nossa Senhora de Fátima, a água também acabou. Quando viu que as torneiras estavam esvaziando, ela reservou o que restava em baldes para fazer o almoço.
Em Casa, a costureira Elza conta que está cozinhando alimentos para não perder (Foto: Maiara Bersch / Agência RBS)
- É mais difícil ficar sem água. Nos alimentos, a gente dá um jeito, vai cozinhando os congelados para não estragar. Mas é complicado ficar sem banho e com a louça suja. Até a água para o chimarrão estamos tendo de comprar - comenta.
Comércio prejudicado
Na Avenida Rio Branco, no Centro, a maioria das lojas e residências seguiam sem energia na tarde de sexta-feira. Os comerciantes que trabalham no ramo alimentício são os mais afetados. É o caso do Açougue Mezzomo. Como não possui gerador, o proprietário e sócio do local, Géverson Leandro Manjini, teve de retirar as carnes do freezer e levar para armazenamento em um frigorífico.
- Por dia, tenho um prejuízo de vendas de R$ 2 mil. Se a luz não voltar no final de semana, o valor triplica, podendo chegar a até R$ 15 mil - explica.
Géverson Leandro Manjini, 32 anos, mostra o freezer vazio depois que teve de retirar as carnes (Foto: Maiara Bersch / Agência RBS)
A gerente da Fruteira Baiana, Patrícia Brutti, também na Avenida Rio Branco, conta que foi necessário comprar um gerador para que o local permanecesse aberto, e o estoque de alimentos refrigerados não estragasse.
- Na quinta-feira de noite, a rua era um deserto, tudo escuro. Como a gente tinha luz, as pessoas vieram aqui procurar comida e velas também. Muitos vieram nos pedir uma tomada emprestada para carregar os celulares - afirma.
No início da noite desta sexta-feira, a maioria dos pontos de luz no Centro já estavam sendo restabelecidos.