O Irã espera que a propaganda dos adversários do acordo sobre seu programa nuclear não influencie na votação prevista no Congresso dos Estados Unidos, declarou nesta terça-feira na Tunísia o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif.
"Acreditamos que é um acordo mutuamente benéfico, e se as pessoas não se deixarem impressionar muito pela propaganda dos belicistas dentro e fora de nossa região, não há razão para que o acordo se choque em obstáculos nos Estados Unidos", disse o ministro em uma coletiva de imprensa.
O acordo concluído em 14 de julho entre Irã e as potências do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) prevê garantir a natureza exclusivamente civil do programa nuclear iraniano, em troca de um levantamento progressivo e reversível das sanções internacionais impostas a Teerã desde 2006.
O Congresso americano, dominado pelos republicanos, opositores ao presidente Barack Obama, votará uma primeira vez em setembro, e espera-se que se posicione contra o acordo.
Se isso ocorrer, espera-se que Obama apresente seu veto. Os republicanos precisarão então para se impor uma maioria de dois terços no Congresso, o que parece pouco provável.
As fortes críticas ao acordo formuladas pelos pré-candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos geram preocupação no Irã, onde muitos se perguntam se os futuros dirigentes americanos manterão os compromissos adquiridos por Obama.
Por outro lado, Zarif defendeu na Tunísia uma luta multifacetada contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Segundo ele, o combate a este grupo não consiste "simplesmente em uma operação militar".
"Deve ser uma campanha multifacetada: cultural, religiosa, política, econômica e, se for necessário, militar contra esta ameaça", declarou.
A Tunísia foi atingida neste ano por dois atentados reivindicados pelo EI, que mataram no total 59 turistas estrangeiros e um policial tunisiano.
* AFP
