O presidente interino de Burkina Faso, Michel Kafando, o primeiro-ministro Isaac Zida, e dois ministros eram mantidos reféns nesta quarta-feira no Palácio Presidencial, em Uagadugu, pelo Regimento de Segurança Presidencial (RSP), a guarda pretoriana do ex-presidente Blaise Compaoré, informou uma fonte oficial.
Os militares "invadiram a sala do Conselho de Ministros às 14h30 e fizeram refém o presidente de Faso, Michel Kafando, o primeiro-ministro, Isaac Zida, e dois ministros (de Funções Públicas, Augustin Loada, e de Urbanismo, René Bagoro)", afirmou o presidente do Conselho Nacional de Transição, Cheriff Sy, em um comunicado transmitido para a AFP.
"Essa enésima invasão do RSP é um atentado grave contra a República e suas instituições. Convoco todos os patriotas a se mobilizarem para defender a pátria-mãe", declarou Sy.
Enquanto isso, tropas do Exército atiravam para dispersar uma multidão que protestava do lado de fora do Palácio Presidencial, na capital.
Em sua página no Facebook e no Twitter, o movimento que funcionou como ponta de lança nos protestos contra o ex-presidente Compaoré convocou uma manifestação para "dizer 'não' ao golpe de Estado em curso", um apelo amplamente compartilhado pelas redes sociais.
Desde a queda de Blaise Compaoré, em outubro de 2014, Burkina Faso é governada por autoridades interinas, dirigidas pelo presidente Michel Kafando e pelo primeiro-ministro Zida. Esse grupo deve deixar o poder após as eleições presidenciais e legislativas previstas para acontecer em outubro próximo.
Compaoré foi derrubado pela pressão das ruas em outubro de 2014. Em diferentes ocasiões desde então, sua Guarda Pretoriana tem tumultuado a transição no país.
* AFP