
A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta quinta-feira que deve vetar a Medida Provisória 672, que determina a prorrogação da fórmula de cálculo do salário mínimo e estende a regra às aposentadorias e pensões. Apesar de garantir que a questão ainda não está fechada, Dilma deu a entender que apresentará uma proposta alternativa à medida aprovada no Congresso.
A decisão representa mais uma derrota para o governo, já que o impacto da medida, estimado em R$ 9,2 bilhões, é considerado insustentável para o programa de ajuste fiscal comandado pelo Ministério da Fazenda. Ainda assim, a presidente não quis anunciar desde já, na Rússia, se pretende de fato vetar a medida, como indicou o líder do PT no Senado, Delcídio Amaral.
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- Eu não discuto veto assim, porque o veto tem implicações. Tenho de olhar toda a lei, ver do que se trata. Ainda não avaliei completamente isso e não vou poder dar agora uma resposta - disse Dilma, durante sua viagem a Ufa, na Rússia, onde participou da cúpula dos BRICS.
A presidente antecipou, no entanto, que a tendência é pelo veto. Segundo Dilma, a situação é similar à do Código Florestal, texto aprovado em 2012 pelo Legislativo e que sofreu nove vetos por parte do Executivo.
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- Vou lembrar do Código Florestal. Muitas vezes nós vetamos, mas vetamos e botamos uma proposta na mesa. Vou dar outro exemplo: fator previdenciário. Vetamos e botamos uma proposta na mesa - afirmou a presidente.
*Estadão Conteúdo