A presidente Dilma Rousseff criticou nesta quarta-feira, a decisão do Senado, em votação na noite desta terça-feira, de aprovar reajuste salarial de até 78% entre 2015 e 2017 para os servidores do Poder Judiciário.
- Achamos lamentável, porque é insustentável um país como o nosso, em qualquer circunstância, dar níveis de aumento tão elevados - criticou a presidente, que está em viagem oficial aos Estados Unidos.
Segundo ela, tal nível de reajuste "de fato, compromete o ajuste fiscal".
A presidente, entretanto, não disse se irá vetar o aumento salarial ao Judiciário.
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- Não discuto veto antes da hora - afirmou a presidente.
Em seguida, porém, Dilma fez elogios ao Congresso e agradeceu que parte expressiva do ajuste fiscal já foi aprovada.
- Não chamaria de desafio, porque faz parte da democracia - disse a presidente.
Diante desse cenário de pluralidade de discussões e opiniões que surgem dentro do Legislativo, Dilma disse que não há mal-estar nas relações do Planalto com o Congresso.
- Acho que tem hora que vocês criam um clima que não existe - disse.
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Lula
A presidente também minimizou críticas realizadas recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- O meu querido presidente Lula tem todo direito de fazer as críticas que ele quiser, especialmente a mim. E eu sempre encontro com ele, mas não tenho nada marcado por agora - afirmou.
Lula, há pouco tempo, criticou o modo como Dilma está conduzindo a articulação do ajuste fiscal no Congresso.
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Dilma não quis comentar os resultados da pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira.
- Não comento pesquisa, nem quando sobe, nem quando desce - comentou a presidente.
A avaliação negativa do governo da presidente Dilma Rousseff, de 68% dos entrevistados, é a pior da série histórica do levantamento feito pelo Ibope divulgado hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O porcentual daqueles que avaliam como ruim ou péssimo o governo bateu o recorde nos 29 anos dos dados compilados pela pesquisa e ultrapassou a marca negativa do então presidente José Sarney em julho de 1989.
Por outro lado, a avaliação positiva do governo de Dilma, de 9%, só não foi pior à registrada por Sarney em sondagens realizadas em junho e em julho de 1989. Na ocasião, Sarney tinha 7% de avaliação ótima ou boa dos entrevistados.
O levantamento foi realizado entre 18 e 21 do mês passado, antes da divulgação do conteúdo da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais e o grau de confiança é de 95%.
*Estadão Conteúdo