O impasse nas negociações entre a Grécia e seus credores, que havia se caracterizado na sexta-feira, fez-se sentir em grande escala nesta segunda-feira no mercado financeiro. Bolsas fecharam em queda da Ásia às Américas. O destaque negativo fica com a Espanha: o Ibex, índice da Bolsa de Madri, registrou baixa de 4,56%.
Bancos gregos ficarão fechados por seis dias e saques serão limitados
No Brasil, a Bovespa não ficou imune às incertezas, embora o efeito Grexit (como a possível saída da Grécia da zona do euro tem sido chamada nos países de língua inglesa) tenha se combinado por aqui com o impacto do anúncio, pela Petrobras, de um plano de investimentos mais minguado que o anterior. O Ibovespa fechou em queda de 1,86%.
A exposição do Brasil à crise grega é pequena em comparação aos países de Europa e Ásia. Não se pode dizer o mesmo de um possível desarranjo da zona do euro. Uma forte crise ou mesmo um colapso do bloco, neste momento, teria um efeito devastador sobre a economia mundial. Ainda assim, a chamada Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) prefere forçar a rendição total da Grécia e dizer que o euro resistirá a sua defecção.
É por isso que o Nobel de Economia Paul Krugman enviou nesta segunda-feira um recado de encorajamento aos gregos: "Não se deixem levar pelos que dizem que os representantes da Troika são só técnicos explicando aos gregos ignorantes o que tem de ser feito. Esses pretensos técnicos são, de fato, fantasistas, que desconsideraram tudo que sabemos sobre macroeconomia e que estiveram sempre errados".