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A falta de um Centro de Convenções adequado é a batalha travada no momento pelo setor hoteleiro e de alimentos de Porto Alegre. O terreno está escolhido - próximo à sede da Federação de Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), na Zona Norte - e inclusive há uma verba de R$ 60 milhões reservada no Ministério do Turismo para o projeto. Mas entraves burocráticos impedem a concretização dessa meta empresarial, lamenta Henry Starosta Chmelnitsky, presidente do Sindicato de Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (Sindpoa), que hoje mudou sua marca para Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região (Sindha).
Na cerimônia de transformação do Sindpoa em Sindha, Chmelnitsky ressaltou que a construção de um Centro de Convenções é vital para potencializar o tipo de turismo da Capital e Região, que é o de negócios. Ele lembra que semana passada um pequeno evento de comércio trouxe 600 pessoas a Porto Alegre e com um centro isso poderia ser multiplicado por 10, com até 6 mil clientes encorpando a malha hoteleira e de restaurantes.
O Centro de Eventos esbarra em dois obstáculos, ressalta Chmelnitsky. Um, municipal, que envolve a matrícula do terreno, licenciamento ambiental e termos de referência do local da obra. O segundo problema é decorrência do primeiro: se a licença para construção da obra em nível municipal não sair, a verba federal reservada ao projeto pode ser perdida.
- Temos até 31 de agosto para encaminhar a documentação das licenças ao Ministério do Turismo. Do contrário, a verba será direcionada ao caixa único do governo federal e talvez seja cortada, nesse momento de contingencionamento do tesouro da União - pondera Chmelnitsky, ao assinalar que existe um esforço dos hoteleiros para destravar o licenciamento necessário.
O presidente do Sindha admite que o setor tem sofrido com o momento recessivo do país, como as demais áreas da economia. A rede hoteleira está com ocupação abaixo de 40%, em alguns momentos, reconhece Chmelnitsky. Já o setor de restaurantes sofreu menos, com queda de 20%. O dirigente sindical fala que não existem ainda demissões, porque o setor tem tentado evitar a dispensa de profissionais.
- Não implementamos cortes de pessoal. Ainda. Faremos tudo para evitar - pondera Chmelnitsky.
Para reverter esse impacto conjuntural, o Sindha aposta em cursos de gestão e profissionalizantes para o setor. Um deles, de Aprendizado e Cidadania, é uma Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e dura 17 semanas. A ideia é expandir esse modelo de qualificação, montando cursos em Canoas e Gravataí, onde o Sindha vai ganhar subsedes, via convênios com as prefeituras locais.