A promotora de Justiça do Tribunal do Júri de Porto Alegre, Lúcia Helena de Lima Callegari, se disse estarrecida com as notícias de criminalidade recentes. Nesta madrugada e noite passada, criminosos morreram ao tentar entrar em delegacia no interior do Estado e ladrões tentaram roubar as armas de militares do Exército no Centro de Porto Alegre. Apesar de acompanhar de perto a atuação de quadrilhas cada vez mais ousadas, a promotora se disse surpresa com o que vê atualmente.
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- A mesma realidade dos bairros tomou conta de todas as regiões da cidade. É traficante cassando traficante em plena região central - destacou.
E a guerra do tráfico também pode explicar a investida contra o exército, já que Lúcia diz que é cada vez mais comum a apreensão de armamento pesado com criminosos.
- É que para o exército vão as armas para destruição quando se encerram os processos - explicou.
A promotora apontou dois fatores principais que contribuem para o aumento da audácia de bandidos. Um deles é a impunidade. Toda a semana, ela diz denunciar pessoas com tornozeleira eletrônica ou em prisão domiciliar.
- A nossa lei de execução penal é uma piada e a forma como é interpretada é pior ainda - criticou.
O decreto do governo do Estado também tem impacto no aumento de violência nas cidades, pois, de acordo com a promotora, há uma certa desmotivação das forças policiais com o corte das horas-extras e de combustíveis.
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*Rádio Gaúcha