O coordenador humanitário da ONU para o Iêmen alertou neste sábado para a queda nas reservas de combustível e de alimentos no país, o que provoca o temor de colapso das infraestruturas básicas em poucos dias.
- Os serviços que ainda funcionam, em termos de saúde, água e comida, estão desaparecendo porque o petróleo não chega mais ao país - advertiu Johannes van der Klaauw em uma entrevista em Djibuti, onde aguarda para poder retornar ao Iêmen.
O funcionário da ONU prevê que caso nada seja feito a respeito, a situação humanitária no país pode sofrer uma rápida deterioração.
- Sem petróleo, os hospitais não podem funcionar, as ambulâncias não podem rodar e a água não pode ser bombeada no sistema de distribuição. A rede de telecomunicações corre o risco de parar. Tudo isto é muito preocupante. Se nada for feito nos próximos dias para a chegada de petróleo e alimentos, o Iêmen vai parar totalmente - completou.
O envio de combustível e ajuda humanitária é complicado pelos riscos ligados aos combates e pelo embargo de armas ao Iêmen, que exigem um controle rígido dos cargueiros.
Klaauw pediu a adoção de "pausas humanitárias", sobre as quais o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a um acordo na última sexta-feira em Nova York.
O conflito no Iêmen deixou 1.200 mortos e 5.000 feridos, segundo um balanço dos hospitais do país, mas a ONU teme que o balanço real seja ainda maior
* AFP