O inquérito policial que investigou a morte de Odilaine Uglione, mãe do menino Bernardo Boldrini, terá de ser reaberto. A determinação é da Justiça de Três Passos. Ela morreu em 10 de fevereiro de 2010, vítima de um tiro disparado dentro do consultório de Leandro Boldrini, à época seu marido. O pai de Bernardo é um dos denunciados pela participação no assassinato do filho.
À época, a Polícia Civil concluiu que ela havia cometido suicídio. A decisão do juiz Marcos Luís Agostini, da 1ª Vara Judicial de Três Passos, atende a um pedido do Ministério Público. Assim, as investigações devem ser retomadas.
"Verifica-se que merece deferimento o pedido de desarquivamento do inquérito policial apresentado pelo Ministério Público. Os elementos e fundamentos apresentados são suficientes para reabertura das investigações acerca da morte de Odilaine Uglione", afirmou o magistrado, em despacho (veja mais detalhes abaixo).
O advogado de Jussara Uglione, mãe de Odilaine e avó de Bernardo, comemora a decisão. Ele tentava a reabertura do inquérito desde abril de 2014, data em que o garoto foi encontrado morto. Marlon Taborda diz que espera uma investigação profunda e entende que as conclusões podem ter relação com o processo envolvendo Boldrini, Graciele Ugulini (madrasta) e os irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz. Todos foram denunciados pelo homicídio de Bernardo e aguardam julgamento na prisão.
- Nós sempre vimos que há uma relação entre os dois fatos. Agora, com os órgãos públicos efetivamente investigando, é possível achar elementos relacionados. Mas depende de uma investigação ampla, e não apenas pinças de requisições. A polícia tem de investigar. Eu temo que seja superficial - salienta Taborda.
De acordo com o MP, a solicitação de desarquivamento é necessária para confrontar, por diligências oficiais, as perícias encomendadas pela família de Odilaine e juntadas ao processo. Uma delas, divulgada no mês passado, aponta que a carta de suicídio teria sido escrita pela secretária de Boldrini. Outros exames particulares, de outubro passado, indicaram que o tiro teria sido efetuado por outra pessoa que não a vítima.
Sobre o pedido da mãe de Odilaine para que o juiz peça à chefia da Polícia Civil a designação de um delegado e equipe da Região Metropolitana para realizar a investigação, Agostini pontuou que a definição cabe à própria polícia.
*Diário Gaúcho e Zero Hora