
A passagem do governador José Ivo Sartori por uma mobilização de sindicalistas do Cpers em frente à Assembleia nesta terça-feira colocou governo e professores em rota de colisão. Sartori retornava a pé de uma entrevista concedida a rádios no centro da Capital quando parou para conversar com um grupo de docentes. Instigado a falar sobre a violência da polícia contra professores no Paraná, Sartori teria, segundo a versão do Cpers, manifestado apoio ao governador Beto Richa (PSDB) e atribuído a culpa pelo episódio aos professores.
O sindicato lançou uma nota na noite desta terça-feira repudiando a suposta manifestação de Sartori, que ainda teria debochado da opinião dos professores:
- Tudo bem, vocês sempre têm razão, né? - teria dito o governador.
A versão da assessoria de imprensa do Piratini sobre o episódio é diferente. Segundo o governo, Sartori teria desconversado sobre os questionamentos dos professores e insinuado que a violência ocorrida no Paraná não se repetiria no Rio Grande do Sul.
- Vocês sabem quem sou e de onde venho - resumiu o governador (que foi professor de Filosofia em Caxias do Sul), segundo a sua assessoria.
Não é a primeira vez que Sartori se envolve em uma polêmica com o Cpers. Durante a campanha, o então candidato ao Piratini foi criticado pelos professores por fazer brincadeiras sobre o piso do magistério.
Na sexta-feira, expira o prazo concedido pelo Cpers ao governo para a apresentação de uma proposta de reajuste salarial. No dia, o sindicato fará um ato para "acordar" o governador. Os docentes estão sendo orientados a promover um "sinetaço" de um minuto nas escolas.
O Cpers promete iniciar a formatação de uma greve com a base da categoria se o Piratini não cumprir as reivindicações. A cúpula do governo afirma que o Estado não tem condições financeiras de propor aumento aos professores.