Família relata momentos de pavor durante desmoronamento em Flores da Cunha

A família do pedreiro Rudinei Lopes de Moura foi obrigada a deixar tudo para trás e se abrigar na casa de familiares. Na madrugada desta segunda-feira sua casa, em Flores da Cunha, foi interditada após ser atingida pelo desmoronamento de um muro de contenção.

O chalé de três quartos abrigava oito pessoas: Moura, de 37 anos, sua esposa Andreia Cott Pereira, de 36, cinco filhos e um sobrinho que mora com eles, todos com idades entre 3 e 16 anos. Na hora do incidente, por volta das 5h, todos estavam em casa, dormindo.

Normalmente a filha mais nova, de 3 anos, dorme no quarto dos fundos com a irmã e dois irmãos. Na noite de domingo, ela pediu para dormir com os pais. Segundo Andreia, ela não havia tido tempo de ir à biblioteca para trocar os livros que havia retirado e por isso naquela noite não poderia ler uma história para a pequena dormir. Graças a isso a caçula não estava no quarto mais atingido pelo desmoronamento.

- Meu guri deu um pulo de cima do beliche. No que ouviu o barulho, saiu correndo gritando. Eu joguei a pequeninha para baixo do meu marido e fui ver os outros, que estavam gritando - conta a dona de casa.

O muro, pedras e terra bateram nos fundos da casa, mas empurraram toda a estrutura. Com o impacto o quarto da frente, onde dormiam as outras crianças, foi separado do resto da casa. A parede quebrou e o cômodo parou a meio metro do quarto com o qual fazia divisória.

Nos fundos da casa é impossível passar, pois a terra chega à altura de metade da parede. Aos lados é possível ver as paredes soltas sobre a terra, sem qualquer sustentação. Os pilares da fundação são visíveis, distantes cerca de um metro do resto da casa.

- Bens materiais se conserta. A família não. Aquilo ali é café pequeno. Pelo menos ninguém se machucou - se conforma Moura.

Os Bombeiros interditaram a casa ainda na madrugada. Os moradores puderam apenas retirar algumas roupas e documentos. Todo o resto teve que ser deixado para trás.