A Justiça de Três Passos negou nesta segunda-feira o pedido da defesa de Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, para o afastamento do juiz Marcos Luis Agostini da condução do caso que apura o assassinato do garoto, em abril de 2014. Com isso, os depoimentos de Graciele, Leandro Boldrini, Evandro Wirganovicz e Edelvânia Wirganovicz, réus por homicídio triplamente qualificado na morte do menino, estão mantidos para a próxima quarta-feira na cidade.
O advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, recorreu ao Tribunal de Justiça (TJ), que ainda não se manifestou. Ele alega que a defesa de Graciele está sendo desprestigiada pelo magistrado na condução do processo e que há tratamento diferenciado entre as partes, com privilégios à acusação.
Pompeo de Mattos citou uma decisão de Marcos Agostini, que determinou a busca e apreensão dos autos do processo no escritório do advogado, classificando a decisão como "ilegal e arbitrária". O advogado afirmou ainda que Agostini contribui para "espetacularização" do Caso Bernardo na imprensa, ao permitir que as audiências sejam acompanhadas por repórteres.
"Registro que o comportamento deste magistrado, salvo melhor juízo, tem sido discreto na condução de processo com ampla repercussão, a qual advém do fato em si, o contexto em que teria sido praticado e os próprios acusados. A autorização da presença da imprensa nas audiências ocorre porque não há segredo de justiça decretado no feito e as solenidades são públicas", ressaltou Marcos Luís Agostini.