Durante o primeiro quadrimestre do ano, cinco setores, juntos, registraram 125 ocorrências de assaltos em Caxias do Sul. Transporte coletivo, postos de combustível, mercados, lancherias, farmácias e lotéricas despontam com os maiores índices de roubo. O setor que apresentou o maior aumento foi o de transporte coletivo. Foram 26 somente em abril, contra dois em janeiro, oito em fevereiro e seis em março. Os bandidos, armados ou fazendo menção de portarem arma, roubam o caixa do cobrador, normalmente quantias inferiores a R$ 100.
O subcomandante do 12º Batalhão de Polícia Militar de Caxias do Sul, o major Emerson Ubirajara de Souza, não sabe explicar o motivo do crescimento do crime, mas afirma que há relação com a drogadição. A suspeita é de que os roubos não estejam relacionados a quadrilhas, mas sejam fruto de ação isolada de criminosos que assaltam ônibus.
- Observamos que os assaltos acontecem próximo a bocas de fumo. Eles (os criminosos) pegam o ônibus em um lugar e descem nas proximidades de pontos de venda - explica.
Entre as ações da Brigada Militar para conter os crimes, está o mapeamento das ocorrências e o apoio de equipes de operações especiais nas abordagens e patrulhamentos. O trabalho não é fácil: são 344 ônibus, 83 linhas e 5 mil viagens em um dia. Em abril, os assaltos foram registrados em 14 bairros diferentes. Cinco deles foram no Centenário e quatro no Lurdes. Quatro prisões em flagrante foram feitas pela BM entre abril e maio, convertidas em preventiva.
Ainda assim, a cobrança dos cinco setores é por mais policiamento ostensivo e investimentos na segurança.
- Historicamente, a BM tem visto o seu efetivo reduzir. No último ano, 400 policiais deixaram a corporação, se aposentaram. E não há reposição imediata desse número. A expectativa é que 2 mil policias que passaram em concursos sejam chamados pelo Estado - pondera o major Emerson Ubirajara de Souza.
Com exceção da quadrilha presa por assaltos a mercados, o perfil dos criminosos é de indivíduos com histórico de furtos que começam a migrar para o roubo. Usuários de drogas, o dinheiro roubado ajuda a manter o vício. Geralmente, as armas usadas nos assaltos são alugadas. O "locador" recebe o revólver - e o pagamento - após o crime.
É o caso, por exemplo, dos assaltos a postos de combustível. De janeiro a abril foram 31. Os suspeitos de pelo menos metade dos crimes é uma dupla que veste moletons cinza e preto e trafegam em uma moto normalmente vermelha. No dia 7 de abril, nos bairros Santa Catarina e Floresta, a descrição dos rapazes aparece em duas ocorrências de assaltos a postos, com diferente de meia hora entre um delito e outro.
Confira no gráfico os números do período:
