Mais de 200 mil usuários do transporte público de Porto Alegre e da Região Metropolitana ficaram sem condução, na manhã desta quarta-feira, devido à paralisação de servidores da Carris e do Trensurb - a categoria dos rodoviários é uma das mais presentes na mobilização nacional contra a PL 4330, que amplia a terceirização nas atividades empresariais.
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Conforme estimativa da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a restrição na circulação dos coletivos da Carris atingiu 125 mil passageiros. O Trensurb calcula que 100 mil pessoas tenha sido afetadas, nesta manhã, pela suspensão dos serviços da empresa. Mais do que a paralisação dos rodoviários, no entanto, a EPTC afirma que o impacto no trânsito da cidade e seus acessos se deu principalmente devido ao bloqueio na BR-290, na ponte sobre o Guaíba, e à caminhada de manifestantes na Avenida da Legalidade.
- Tirando esses dois episódios, podemos dizer que o trânsito fluiu dentro da normalidade possível. Isso porque, segundo a nossa avaliação, cerca de 30% dos veículos que costumam trafegar diariamente não estavam nas ruas nesta manhã. Acredito que, com o volume de notícias sobre a paralisação, as pessoas tenham reprogramado suas atividades - avalia Vanderlei Cappellari, diretor-presidente da EPTC.
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Parte das escolas estaduais de Porto Alegre também aderiram ao movimento e não abriram os portões no início desta quarta. Na entrada da Escola Técnica Parobé, umas das maiores instituições do Estado, um cartaz avisava o motivo da paralisação. Nas que funcionaram normalmente nesta manhã, alunos que não conseguissem chegar devido à falta de circulação de ônibus não seriam prejudicados com falta.
Ainda que não tenha divulgado um número oficial, o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) estima que 90% das escolas ficaram sem aula nesta quarta. Algumas agências bancárias também não funcionaram nesta manhã. A reportagem de Zero Hora percorreu emergências de hospitais e postos de saúde, onde o atendimento era realizado normalmente.
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Na avaliação do braço gaúcho do CSP-Conlutas, o Rio Grande do Sul "deu uma resposta à altura do ataque". De acordo com o membro da coordenação da entidade no Estado, Érico Corrêa, a paralisação foi de "pleno sucesso" e compreendida pela maior parte da população.
- Porto Alegre, por exemplo, não está na sua normalidade. E a sociedade se deu conta do que representa esse projeto de lei: a precarização do trabalho, o fim do concurso público e o aumento da corrupção. Hoje estamos dando um sinal ao Congresso e ao governo Dilma de que os trabalhadores não irão encerrar a luta até que o PL seja definitivamente derrotado - afirma Corrêa.
* Zero Hora
Contra as terceirizações
Paralisação deixa mais de 200 mil passageiros sem ônibus e trensurb
Servidores da Carris e do Trensurb não conduziram veículos na manhã desta quarta-feira
Bruna Scirea
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