Morreu em Belo Horizonte a mulher que, quando criança, foi fotografada no momento em que se recusava a estender a mão para o então presidente, o general João Baptista Figueiredo. A imagem é considerada uma das mais representativas do desgaste da ditadura militar no Brasil.
De acordo com informações do site G1, Rachel Coelho Menezes de Souza tinha 40 anos e foi atendida no hospital Felício Rocho com quadro de parada cardiorrespiratória, mas não resistiu. O corpo foi velado na capital mineira e enterrado nesta segunda-feira no Cemitério Parque da Saudade, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
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A fotografia que entrou para a história é de Guinaldo Nicolaevsky, mas ele morreu em 2008 sem conhecê-la. Publicada em diversos jornais e revistas, no Brasil e no exterior, a imagem se tornou símbolo da luta contra a ditadura.
O registro acontecei em setembro de 1979, quando o então presidente visitava Belo Horizonte para o lançamento do carro a álcool. O pai de Rachel era funcionário do DER (Departamento de Estradas e Rodagens) de Minas Gerais e tinha sido convidado para o evento e levado a filha.
Ao relembrar o fato em entrevista ao Jornal da Globo, concedida em junho de 2011, Rachel relatou que estava ansiosa para falar com o general. Ela afirmou que insistiu para que a mãe a levasse ao saber que o pai iria almoçar com o presidente no evento.
- Virei pra ele: "você sabia que você vai almoçar com meu pai hoje"? Aí todo mundo ficava assim: "dá a mão pra ele, dá a mão pra ele". Eu detestei. Detesto que me mandem fazer as coisas. Não dei a mão porque eu não queria dar a mão pra ele, eu queria dar um recado pra ele - disse na entrevista.