Numa demonstração de que a violência xenofóbica não se limita aos países ricos, a África do Sul tem sido há três semanas palco de ataques que provocaram a morte de seis estrangeiros e o deslocamento de mais de 5 mil, incluindo refugiados e solicitantes de asilo. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), o país abrigava em dezembro do ano passado 66,3 mil pessoas nessa condição. O mesmo número, no Brasil, é de 46,2 mil pessoas numa população total quase quatro vezes maior.
A África do Sul é a segunda maior economia do continente africano, depois da Nigéria. Essa posição, à qual se acrescenta a relativa estabilidade política desde o fim do regime do apartheid, em 1994, torna o país um porto seguro para oriundos de Estados em vias de desagregação como República Democrática do Congo, Somália, Burundi, Etiópia, Ruanda e Zimbábue. Embora as leis sul-africanas assegurem direitos a essa população, as agências governamentais são impotentes diante das explosões periódicas de violência. Em 2008, incidentes semelhantes deixaram 62 mortos e dezenas de milhares de desabrigados. Em 2008, incidentes semelhantes deixaram 62 mortos e dezenas de milhares de desabrigados.
A maioria dos ataques é motivada por razões econômicas, uma vez que os estangeiros são vistos como usurpadores de postos de trabalho que deveriam ser ocupados por sul-africanos. A recente onda teria se acentuado depois de o rei zulu Goodwill Zwelithini afirmar que os migrantes deveriam deixar o país. Em seguida, ele disse que sua declaração foi mal traduzida.