O diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no Nepal, Renaud Meyer, estava jogando futebol com seus filhos, ambos com menos de 10 anos, no American Club, em Katmandu, na manhã de sábado, quando sentiu o que definiu como um "tsunami" sob seus pés. É o próprio Meyer quem recorda, por telefone, da capital nepalesa:
- Ninguém conseguia ficar em pé. Minha reação imediata foi protegê-las. Eu as abracei e esperei que o terremoto passasse. Foi um momento assustador.
Enquanto fala a Zero Hora, do escritório do PNUD, Meyer contempla a destruição causada pelo terremoto de 7,8 graus na escala Richter que sacudiu o Nepal. Embora as consequências do tremor variem de um bairro para outro na capital, a parte antiga de Katmandu foi a mais afetada. Sítios históricos, incluindo templos feitos de madeira e a Torre Dharara, construída em 1832, ruíram.
Vídeo mostra os locais mais atingidos pelo terremoto no Nepal
A maior dificuldade, para as autoridades nepalesas, é chegar às áreas mais remotas do país - 12 dos 75 distritos (unidades administrativas) são apontados como prioridades para os trabalhos de busca e resgate.
- Helicópteros são o único meio de se chegar rapidamente a alguns desses lugares. Infelizmente, o Nepal não tem número suficiente de helicópteros. Foi um grande alívio saber hoje que o governo da Índia enviou mais 14 helicópteros para apoiar as operações - diz Meyer.
"O trabalho é ressurgir das cinzas a cada momento", diz brasileiro que mora no Nepal
Enquanto o número de vítimas cresce (até o início da noite desta segunda-feira, eram computados mais de 4 mil mortos), a tragédia no Nepal emerge como o maior desafio humanitário num mundo sacudido por emergências constantes. Até o momento, a mobilização foi significativa, com pelo menos 20 países enviando equipes humanitárias, veículos, remédios e comida. A ocorrência de novos tremores e avalanchas tornam a necessidade de ajuda ainda mais premente.
Leia todas as colunas de Luiz Antônio Araujo
Leia as últimas notícias de Mundo
Olhar Global
Luiz Antônio Araujo: tsunami em terra firme
Leia a coluna Olhar Global desta terça-feira
Luiz Antônio Araujo
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project