Um dos principais apoiadores da eleição do ex-jogador Jardel à Assembleia, o deputado federal e vice-presidente do PSD no Estado Danrlei de Deus divulgou nota em que comunica o "rompimento político e pessoal" com o atual colega de partido e antigo companheiro no Grêmio.
Jardel exonerou seu gabinete e os funcionários da bancada do PSD e se afastou da Assembleia mediante um atestado médico de depressão válido de 1º a 9 de abril.
Jardel demite gabinete e se afasta da Assembleia por depressão
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No texto, Danrlei afirma: "não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir". O paradeiro de Jardel, até o momento, é desconhecido. Segundo o novo chefe de gabinete do deputado estadual, Cristian Lima, empossado nesta segunda-feira, o ex-centroavante, eleito com 41 mil votos, demitiu 21 funcionários - apenas quatro foram reconduzidos aos cargos na mesma edição do Diário Oficial da Assembleia - por "má administração" e pelo fato de que estariam sendo tomadas decisões, como autorizações para viagens, sem o seu consentimento.
Lima nega que Jardel tenha abandonado o mandato:
- Ele montou um novo gabinete e deve retornar após o dia 9 de abril.
Confira, abaixo, a íntegra da nota divulgada por Danrlei
"A arte ou ofício de exercer a boa política carrega consigo responsabilidade, solidariedade, lealdade e compromissos maiores de todos os representantes parlamentares com seus eleitores e com a sociedade como um todo que tem o dever de representar.
Por mais de 20 anos, fui colega de clube, parceiro e amigo do hoje Dep. Mario Jardel de Almeida Ribeiro, tendo, inclusive, buscado estimular sua candidatura nas últimas eleições, até como forma de superação de estágios pessoais que em outras circunstâncias sei que seriam difíceis de transpor.
Empenhei-me pessoalmente em sua eleição, dedicando esforço pessoal, carinho, amizade e até compromisso político com seu voto. A eleição de Mario Jardel à Assembleia Legislativa contou com um verdadeiro "time político" tanto meu quanto do PSD que já vinham envolvidos com minha candidatura e meu desempenho junto à Câmara dos Deputados. A sua eleição representou não apenas uma vitória deste grupo, mas também o êxito de uma missão partidária ao qual não apenas Jardel, como também este "time Pessedista" e os meus eleitores puderam se identificar ao longo desta caminhada.
Lamento, contudo, que mesmo sendo um período curto em que exerce seu mandato na Assembleia Legislativa, eu me obrigue, por dever de lealdade e compromisso político com os milhares de gaúchos que elegeram não apenas Jardel mas também a mim, a romper publicamente com este a quem confiei minhas mais profundas e sinceras expectativas.
Alguém que logo no início de uma longa jornada, a de um mandato parlamentar, falha em princípios éticos como lealdade, confiança e consideração. Não quero relacionar-me publicamente com quem conduz seu mandato e sua vida da maneira como meu ex-colega demonstrou que vai conduzir.
A partir de agora, declaro meu rompimento político e pessoal com Mario Jardel, justamente por ele descumprir tais normas elementares sobre a qual tínhamos consenso e acordo que haveríamos de cumprir.
Espero que pelo menos mantenha o compromisso político de honrar o mandato que o PSD ajudou-o a conquistar".