Três dias após o secretário de Educação do Estado, Vieira da Cunha, anunciar cortes superiores a R$ 79 milhões no setor, o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers) realiza a primeira assembleia geral da gestão que tomou posse em agosto de 2014.
Segundo a presidente Helenir Aguiar Schürer, não há indicativo de greve, mas a categoria irá aprovar a pauta de reivindicações a ser encaminhada ao Palácio Piratini.
Cinco tópicos serão discutivos por 6 mil professores (conforme estimativa do sindicato), a partir das 13h30min, no Gigantinho: o piso do magistério, o plano de carreira, questões pedagógicas, previdência e saúde e condições de trabalho e de segurança. A categoria também promete dura oposição à hipótese de parcelamento de salários pelo governo do Estado a partir de abril devido ao aperto econômico.
- Se é para apertar os cintos, tem de ser todo mundo. Os sinais que o governo deu até agora é que vale só da porta para fora (em referência ao aumento dos vencimentos de deputados e secretários). Estamos cuidando muito os atrasos salariais e os parcelamentos e conversando que a reação da categoria irá depender da ação do governo - diz Helenir.
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Para a presidente, o pagamento do piso nacional do magistério é prioridade. Até 2014, professores recebiam cerca de 35% a menos do que o valor estipulado pelo governo federal. Com o reajuste de 13,01% em janeiro deste ano, o piso chegou a R$ 1.917,78 e o déficit, a 52%.
O secretário da Educação defende a necessidade de apoio da União para o pagamento integral e afirmou que está em tratativas com deputados federais gaúchos para a mudança do artigo 4 da Lei Nacional do Piso, para tornar obrigatória a complementação da União para o pagamento.
- Com recursos próprios não temos condições de cumprir com a lei do piso nacional. O piso alcançaria, uma vez aplicado com o plano de carreira, cerca de R$ 3 bilhões por ano. Dependemos de repasses do governo federal - afirmou Vieira.
O secretário não soube confirmar o percentual do déficit dos vencimentos dos professores gaúchos em relação ao piso salarial, mas afirmou que "nenhum professor recebe menos que o piso de forma completiva".
Magistério
Sem indicativo de greve, Cpers faz primeira assembleia geral da nova gestão
Principal pauta do encontro será o piso nacional dos professores, que, atualmente, recebem 52% a menos do que o valor estipulado pelo governo federal
Débora Ely
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