Há dois anos, desde que a filha caçula nasceu, tudo o que Cristiane de Barros Nunes, 35 anos, e o marido, Denis Cristiano Teixeira Rodrigues, 37, fazem é se dedicar ao bem-estar e conforto da pequena Rafaela, dois anos. A menina sofre de atrofia muscular espinhal e tem uma série de limitações, que vão da respiração e da alimentação até os movimentos.
Na quinta-feira passada, o casal, que mora no Bairro Bonsucesso, em Gravataí, sofreu um golpe que vai prejudicar o tratamento da criança. Dois criminosos assaltaram Denis e levaram o carro do casal, usado para transportar a filha às consultas médicas em Porto Alegre.
Desde então, os pais rezam para recuperar o veículo e, acima de tudo, para que nenhuma emergência aconteça.
- Não temos condições de pagar pelo aluguel de uma ambulância particular, e as que são oferecidas pelo município não têm as condições de que ela precisa. Estamos desesperados, porque não temos como transportá-la - conta Cristiane.
O assalto aconteceu no Bairro Planaltina, às 21h40min. Denis foi levar a prima até a parada de ônibus e foi abordado pela dupla.
Casal se mudou para Gravataí
Cristiane e Denis são naturais de Rio Grande, mas se mudaram para Gravataí por conta da doença da filha. Meses após o nascimento de Rafaela, vieram para a Capital e moraram durante oito meses dentro da UTI do Hospital Santo Antônio. Só saíram graças à aquisição de toda a aparelhagem necessária para garantir a saúde da menina em casa. Parte dela, cedida pelo convênio de saúde, outra parte, adquirida com esforço de amigos e parentes. Então, se estabeleceram na Região Metropolitana.
A cada saída, o Golf prata com placas de Rio Grande costumava ser carregado com todos os equipamentos necessários para o transporte de Rafaela. Entre eles, duas baterias, aspirador, respirador, cilindro de oxigênio, além de medicamentos, uma cadeirinha especial para transporte e a cadeira de rodas. Por sorte, nenhum dos aparelhos estava no interior do veículo na hora do roubo.
Veículo ainda não está pago
- Só carregávamos o carro quando íamos sair com ela. Graças a Deus, porque, do contrário, o desespero seria maior. Não teríamos a menor condição de comprar tudo. Mas, ainda assim, o fato de não termos o carro inviabiliza o principal, que é levá-la até o médico - explica a mãe.
Cristiane diz que não pode contar com o serviço oferecido pelo município.
- No ano passado, agendei uma ambulância para as 7h, que nos levaria a Porto Alegre para procedimentos médicos que a Rafa faria às 8h. Simplesmente, não apareceu. Em outra ocasião, a ambulância não tinha tomadas para ligar o respirador - lembra a mãe.
Para aumentar a angústia do casal, o veículo, adquirido há quatro anos, está financiado e ainda faltam dez prestações a serem pagas.
VEÍCULO ROUBADO: Golf prata, 2002, placas IKU-4938, de Rio Grande. Tem um adesivo no vidro traseiro escrito Jesus Cristo e está com o para-brisas rachado. Informações pelo telefone (51) 8558-1621.
*Diário Gaúcho