A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão na casa do vereador João Carlos Maciel (PMDB), na casa de dois assessores do parlamentar e também no gabinete do político na Câmara de Vereadores na noite de sexta-feira.
Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal por volta das 17h, e todos foram cumpridos simultaneamente. Logo depois do fim do cumprimento dos mandados, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, aceitou o pedido de habeas corpus e determinou que o vereador fosse solto.
Nos locais, foram apreendidos documentos, agendas, bilhetes, pendrives, computadores e HDs. De acordo com o delegado da Polícia Federal Rafael França, não foram encontradas receitas médicas nem notas fiscais que comprovem a origem dos medicamentos que estavam no escritório do projeto social de Maciel, na manhã de quinta-feira. Os medicamentos de uso controlado levaram à prisão em flagrante do vereador por tráfico ilícito de medicamento controlado.
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Além disso, conforme França, foram localizados 19 termos de doação de medicamentos na residência do vereador e papéis que, segundo a polícia, comprovam ligação com a advogada e o intermediário investigados. Em depoimento à PF, o vereador havia dito que não tinha relação com essas pessoas.
_ Encontramos documentos que comprovam que a advogada e o intermediador fizeram pagamentos aos assessores do vereador, que, além de atuar no gabinete, também trabalham no projeto social. Um deles no valor de R$ 45 mil _ afirma França.
A Polícia Federal vai pedir que a Justiça Eleitoral investigue o uso eleitoreiro da distribuição de remédios.
_ É uma compra de votos poderosíssima. Ele sempre seria campeão de votos em Santa Maria praticando esses atos _ acredita França.
Outro intermediário envolvido no esquema se apresentou hoje na Polícia Federal. Os nomes dos demais investigados na operação não foram divulgados pela Polícia Federal.