Como continuidade da Operação CH, o Ministério Público (MP) denunciou, nesta quarta-feira, o vereador de Canoas Marcos Antônio Ronchetti (PSDB), a companheira dele e uma assessora parlamentar por concussão, corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações, entre janeiro e outubro de 2013, Ronhcetti teria exigido de duas servidoras comissionadas o pagamento de parte dos salários delas. Em um dos casos, a funcionária teve de repassar ao vereador R$ 1 mil por mês, além de mais R$ 500, referentes ao adiantamento do 13º salário.
Em outro caso, o valor exigido foi de R$ 1,8 mil mensais. A assessora denunciada aceitou contrair empréstimo consignado em folha de pagamento no valor de R$ 20,8 mil, sendo que foram repassados R$ 18,1 mil para a conta da companheira de Ronchetti. Os valores eram pagos como condição para a permanência no cargo.
ZH não conseguiu contato com o vereador.
OPERAÇÃO CH
A Operação CH (em alusão ao sanguessuga, popularmente chamado no Rio Grande do Sul como 'chamichunga') foi deflagrada em 25 de agosto de 2014 em Canoas. Como resultado, foram denunciados os vereadores Celso Jancke, José Francisco Nunes (o Francisco da Mensagem) e Gemelson Sperandio Pompeu (o Doutor Pompeu), além de outras três pessoas. Eles exigiam parte dos salários de funcionários detentores de cargos comissionados de seus gabinetes e respondem pelos crimes de concussão e lavagem de dinheiro.
As investigações comprovaram que Celso Jancke exigiu parte dos salários de quatro funcionários. Além disso, obrigou que alguns deles contraíssem empréstimos consignados em folha, em valores que ultrapassaram R$ 70 mil e eram quase que totalmente repassados para a conta corrente pessoal dele e de terceiros. A prática forçava que os servidores ficassem submissos enquanto perdurassem os descontos em folha decorrentes dos empréstimos. O vereador também praticou lavagem de dinheiro ao indicar a conta corrente de parente e de terceiros para o depósito dos valores.
As provas coletadas dão conta que o Doutor Pompeu exigiu a totalidade do salário de um funcionário. Francisco da Mensagem manteve o mesmo procedimento em relação a dois servidores comissionados de seu gabinete. Ambos também lavaram o dinheiro em contas correntes de familiares.