Equipes técnicas e operacionais da Celesc passaram a manhã desta sexta-feira trabalhando na vistoria de equipamentos e na investigação das causas do curto-circuito que atingiu a subestação Trindade e provocou explosão às 23h16 desta quinta-feira em Florianópolis. A companhia informou, ainda em caráter preliminar, que o problema pode ter sido provocado por um gambá, encontrado morto no local. Quase 39 mil pontos ficaram sem luz, mas o serviço já foi normalizado.
Ainda segundo a Celesc, este tipo de ocorrência é pouco frequente em subestações, em virtude das medidas de proteção adotadas:
- O gambá pode ter entrado na subestação, o que é incomum. O mais comum quando falamos de animais silvestres é registrar problemas na rede de distribuição, com saguis, garças ou casas de joão-de-barro - avalia o gerente da divisão técnica da Celesc na Grande Florianópolis, Adriano Luz.
Análises mais efetivas serão possíveis a partir da avaliação dos registros técnicos, obtidos com a leitura das informações do Sistema de Supervisão e Controle, que armazena todas as grandezas elétricas do sistema. Os trabalhos de recuperação e substituição de equipamentos prosseguirão por aproximadamente quatro dias.
Na avaliação da Celesc, o caso não pode ser chamado de "explosão". O intenso clarão registrado após o estouro é um efeito denominado "arco elétrico", que pode ser percebido à distância, mas em nenhum momento colocou a segurança da subestação e seu entorno em risco. Entre moradores, porém, o termo explosão foi o mais usado para definir o ocorrido, inclusive com inúmeros vídeos publicados nas redes sociais.
Com a ocorrência, dez circuitos alimentadores foram desligados pelo sistema de proteção e o fornecimento de energia elétrica foi interrompido para 38.937 unidades consumidoras dos bairros Itacorubi, Santa Mônica, Trindade, Pantanal, Córrego Grande, Saco dos Limões, Lagoa da Conceição, Costeira e José Mendes, em Florianópolis.
De acordo com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, quando ocorre um curto-circuito, o sistema automaticamente se desliga, causando a falta de luz nas casas.
À meia noite, a Celesc iniciou as manobras para restabelecimento da energia, que retornou para aproximadamente 28 mil unidades até 01h30min.
Segundo a assessoria de Comunicação da Celesc, às 3h05, todos os clientes afetados tiveram serviço normalizado. Embora o serviço online da companhia mostrasse 2.259 unidades sem luz na área atingida até às 7h desta sexta-feira, a companhia afirma serem consequência de desatualização do sistema "em tempo real", corrigidas assim que detectadas.
Posto de saúde tem sistema de refrigeração de vacinas prejudicado
No Córrego Grande, a falta de energia prejudicou o refrigerador onde são armazenadas as vacinas do Centro de Saúde do bairro, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Nesta sexta-feira não haverá vacinação na unidade e os pacientes serão encaminhados aos centros de saúde do Itacorubi ou Trindade. A expectativa da Secretaria é de que a situação esteja resolvida na segunda-feira.
Moradores registram explosão
Moradores do bairro Córrego Grande relatam que ouviram fortes explosões, e depois muito fogo
- Estávamos sentados na sala e ouvimos a explosão. Deu um curto e depois das explosões, começou a pegar fogo - diz Luisa Lessa, estudante, que mora em frente à subestação.
Acompanhe na timeline o compartilhamento de mensagens e imagens na noite desta sexta-feira:
Apagão em Floripa
Gambá pode ter causado curto-circuito em subestação, diz Celesc sobre explosão em Florianópolis
Com apagão, 38.937 unidades consumidoras ficaram sem luz entre quinta e sexta-feira
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