As famílias de baixa renda devem ser as mais expostas à aceleração da inflação neste ano. Por terem uma fatia maior do orçamento comprometida com a conta de luz e com transporte coletivo, esses consumidores vão ser atingidos em cheio pelos sucessivos aumentos ao longo deste ano, principalmente no preço da energia. Em fevereiro, a inflação acumulada em 12 meses para as famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos subiu para 8,06%, um resultado superior ao verificado entre a média dos consumidores (7,99%), segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
- Tem boa chance de essas famílias sofrerem com uma inflação maior em 2015 - avaliou o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.
Inflação em março deve ser ainda mais pesada aos gaúchos
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Segundo ele, enquanto o IPC geral deve terminar o ano em torno de 8%, o chamado IPC-C1, que mensura a inflação da baixa renda, pode avançar 8,5%.
O IPC-C1 começou 2015 mostrando que esse resultado é factível. Em janeiro, a concentração de reajustes em tarifas de ônibus e de energia fez o índice subir 2%. No mês passado, houve desaceleração para 0,83%, diante da trégua dos administrados, embora os alimentos tenham sustentado uma elevação ainda significativa. Em março, porém, o baque será grande novamente.
- Em março, a gente espera impacto dos aumentos extraordinários na conta de energia e do valor maior das bandeiras tarifárias. Como a energia pesa 4% no índice, só por conta disso o IPC-C1 já sobe mais de 1% - detalhou Braz.
- O cenário agora é de pressão, mesmo.
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A valorização do dólar, que tem feito a cotação bater recordes diários, também pode pressionar o orçamento das famílias mais pobres, destacou o economista. Isso porque alguns alimentos comercializados no mercado internacional tendem a repassar a alta da moeda americana e deixar as compras no supermercado mais caras. O trigo é um exemplo. Em fevereiro, o pão francês dobrou o ritmo de alta, para 0,50%.
Aumentos sucessivos
Famílias de baixa renda podem ser as mais expostas à inflação, diz FGV
Valorização do dólar, que tem feito a cotação bater recordes diários, também pode pressionar o orçamento das famílias mais pobres
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