Um ano depois de deflagrada a Operação Lava-Jato, o procurador da república Deltan Dallagnol, que chefia a força tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba, considera que foi revelado o maior escândalo de corrupção da história do país.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Dallagnol afirmou que já são 82 réus, 11 condenados e 22 presos, mas Dallagnol afirma, ainda, que mais está por vir - inclusive em outros órgãos -, e que há muito ainda a ser investigado e comprovado.
- Temos a informação de inteligência que a corrupção é endêmica e bem mais alastrada, ou seja, ela atinge outros órgãos e áreas que não são a Petrobras - disse Dallagnol.
Rosane de Oliveira: receita de combate à corrupção
Ele considera que a estimativa atual, de que o valor desviado da Petrobras tenha sido de R$ 4 bilhões, seja conservadora. Em tom didático, o procurador atribui a rapidez no desenvolvimento da investigação a diversos fatores, mas acima de todos a ferramenta da delação premiada. A força tarefa liderada por ele tem diversos membros especializados em delações premiadas e crimes de colarinho branco. O procurador detalhou que, desde o começo da investigação, a cada nova série de depoimentos surgem pistas que levaram à ampliação do alvo do MPF.
Dallagnol também tratou de desmontar caminhos de defesa aos acusados já levantados, como a dos advogados de empresários detidos, que alegam que os executivos eram achacados pelos servidores da Petrobras.
- A corrupção nesse tipo de situação era um modelo de negócio . Não se tratava de uma distorção, mas de uma forma das empresas majorarem seus lucros - disse.
Partidos são reféns das doações de empresas, diz ex-tesoureiro do PT
Além de falar sobre a investigação em si, Dallagnol lembra que, para combater a corrupção, são necessárias reformas estruturais, no âmbito político e jurídico.
Ouça abaixo a entrevista do procurador Deltan Dallagnol:
Escândalo da Petrobras
Corrupção está alastrada a outros órgãos, diz procurador da Lava-Jato
Deltan Dallagnol afirmou em entrevista ao Gaúcha Atualidade que muito ainda deve ser investigado e comprovado, além do esquema na estatal
GZH faz parte do The Trust Project