
Após a ocupação de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), funcionários do Ministério da Agricultura de Porto Alegre não sabem se trabalharão normalmente nessa quarta-feira.
De acordo com um servidor do Ministério, Marcelo Mazzini, 58 anos, os integrantes do MST estão permitindo a saída de veículos do local, mas não a entrada. Funcionários que deixaram carros estacionados no pátio começaram a retirá-los no começo da tarde, com medo de depredações.
- Ainda não sabemos (se vamos poder trabalhar amanhã). Viremos pra saber. Houve vezes em que não nos deixaram trabalhar - afirmou o fiscal agropecuário, que trabalha no local há cerca de 30 anos.
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Mazzini relatou que os funcionários acompanharam a chegada dos manifestantes pelas janelas por volta do meio-dia. Segundo ele, eles ocuparam o pátio do Ministério da Agricultura, mas não entraram no prédio.
- Já vivenciei outras invasões em que os manifestantes entraram no prédio e trancaram os elevadores, mas desta vez eles não passaram da porta - disse.
O Ministério da Agricultura disse que aguardou por uma posição do movimento para orientar os funcionários sobre o expediente desta quarta-feira, mas isso não aconteceu. A orientação inicial é, na manhã desta quarta-feira, trabalham apenas a diretoria, chefias de setor e gabinete e a superintendência. Após reunião com os manifestantes, novas orientações devem ser repassadas aos servidores.
Os manifestantes devem permanecer no local por três dias. Eles reivindicam o assentamento de todas as famílias hoje acampadas no Estado, o fim do uso de agrotóxicos e mais investimentos na agricultura familiar. Segundo o MST, há mais de 2 mil famílias acampadas no Rio Grande do Sul.