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A coalizão de países árabes liderada pela Arábia Saudita bombardeou pelo segundo dia consecutivo posições dos rebeldes xiitas huthis em várias zonas do Iêmen. Os rebeldes, adversários do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi apoiados pelo Irã, já dominam a região noroeste do país e agora ameaça tomar o controle de Áden, ao sul. Esta é a primeira vez que países árabes reúnem forças desde 1973, na Guerra do Yom Kippur.
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A intervenção militar da coalizão começou na quinta-feira. Nesta sexta-feira, os aviões da bombardearam posições huthis na região de Arhab, ao norte de Sanaa, provocando a morte de 12 civis, segundo funcionários do ministério da Saúde, controlado pelos rebeldes. Desde o início da operação "Tempestade Decisiva", na última quinta-feira, 39 civis morreram nos bombardeios, segundo o ministério.
Os rebeldes xiitas tomaram o controle da capital Sanaa em setembro e, nos últimos dias, estiveram avançando a Áden, uma grande cidade do sul do Iêmen.
Interferências do Irã
O Irã, cujo presidente, Hassan Rohani, denunciou uma agressão militar, advertiu contra o risco de uma propagação do conflito. A Arábia Saudita denuncia abertamente o envolvimento do Irã no Iêmen.
Por sua vez, o Irã nunca confirmou que ajude os rebeldes huthis, que na atual ofensiva contam com o apoio de militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, antecessor de Hadi.
- São os iranianos que interferem nos assuntos internos dos países árabes, seja no Líbano, Síria, Iraque ou Iêmen. Não podemos tolerar isso - declarou o embaixador saudita em Washington, Adel al-Khubeir, ao canal de televisão Fox News.
- Temos que enfrentar a agressão do Irã na região. Nos opomos ao seu apoio aos huthis e à tentativa dos huthis de se apoderarem do Iêmen - acrescentou.
A Arábia Saudita mobilizou 150 mil militares e 100 aviões de combate, enquanto os Emirados Árabes Unidos disponibilizaram 30 aviões de combate, o Kuwait 15 e o Catar 10, disse a rede de televisão de capital saudita Al-Arabiya. O Bahrein anunciou que participa com 12 aviões.
A operação mobiliza também o Egito, com sua aviação e sua marinha, além de Jordânia, Sudão, Paquistão e Marrocos, segundo Riad.
Segundo os especialistas, os ataques aéreos terão um efeito limitado sem uma intervenção terrestre. Esta intervenção, no entanto, é pouco provável devido aos riscos de escalada com o Irã e de ficar presos em um longo conflito.
*AFP