Se alguém ainda tinha dúvida sobre a necessidade de o Estado oferecer um serviço de transporte de pacientes em estado grave, deve ter se convencido diante do caso da criança argentina que caiu da sacada de um hotel em Capão da Canoa. O desencontro de informações reabriu o debate sobre o assunto e forçou o secretário da Saúde, João Gabbardo, a reafirmar que o serviço não será suprimido na esteira do pacote de contenção de gastos.
Depois de uma nota oficial pouco esclarecedora, emitida pela Secretaria da Saúde, Gabbardo disse à coluna que não determinou a suspensão do serviço e que o convênio com a equipe hoje responsável pelo atendimento está mantido. O secretário abriu uma investigação para saber por que uma atendente da equipe de regulação do SUS disse que o transporte aeromédico não existia mais.
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A médica Rossana de Carli, que atendeu o menino na emergência do Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa, relatou ter enfrentado dificuldade para obter a autorização para a remoção na aeronave da Brigada Militar. Disse que precisou implorar para trazer a criança de helicóptero para o Hospital de Pronto Socorro e só conseguiu a autorização depois de 45 minutos, o que retardou o atendimento.
Gabbardo informou que o serviço será mantido, mas o governo está repensando quem vai prestar o atendimento e se os dois helicópteros comprados para esse fim serão exclusivos da Secretaria da Saúde. O governo estuda o uso compartilhado com a Secretaria da Segurança.
Se depender da opinião do secretário, o atendimento dos pacientes que precisam ser transportados de helicóptero será feito por médicos e enfermeiros do Samu, os mesmos que trabalham nas ambulâncias. Se essa for a opção, as equipes receberão treinamento especial para atuar em aeronaves.
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Rosane de Oliveira: um serviço que precisa ser mantido
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