Por qualquer ângulo que se olhe, a pesquisa do Datafolha divulgada no fim de semana é péssima para a presidente Dilma Rousseff. Além de uma queda vertiginosa de popularidade de 42% de bom e ótimo em outubro para 23% em fevereiro , a pesquisa mostra um conjunto de números desfavoráveis ao governo e uma percepção negativa do futuro: 55% acham que a situação econômica do país vai piorar.
Dilma paga o preço de ter vendido na campanha eleitoral um país de ficção, que se desnudou antes mesmo da posse. As medidas adotadas nos primeiros dias do segundo mandato, combinadas com as novas descobertas da Operação Lava-Jato, fizeram o índice de reprovação (soma de ruim e péssimo) saltar de 24% para 44%.
Essa relação entre aprovação e rejeição é a pedra no sapato da presidente: os que consideram o governo ruim ou péssimo representam quase o dobro dos que o avaliam como bom ou ótimo. Para um terço dos entrevistados, o governo é regular.
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Era previsível que a popularidade baixasse com as medidas duras que estão sendo adotadas para devolver o equilíbrio às contas públicas, mas a crise na Petrobras empurrou os índices para além das previsões, abaixo até do que parecia ser o fundo do poço, os protestos de junho de 2013.
A Petrobras arrastou a imagem da presidente para o pântano da desconfiança: 77% dos 4 mil entrevistados pelo Datafolha dizem que ela tinha conhecimento do esquema de corrupção na estatal. Para 52%, ela sabia dos desvios e permitiu que continuassem. Seis em cada 10 entrevistados acham que Dilma mentiu na campanha.
Os números mais críticos são os da expectativa dos brasileiros: 81% acham que a inflação vai aumentar e 62% acreditam que o desemprego crescerá, daí a percepção de 55% de que a situação econômica vai piorar.
Opinião
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