A 10 dias do início das aulas, a previsão é de mais um começo de ano letivo com falta de professores na rede pública esta­dual. O que ainda não se sabe com precisão é qual será o tamanho do problema. A presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, estima que a defasagem possa chegar a 10 mil mestres.
O número é contestado pelo secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha. Segundo ele, a carência não deve passar de mil docentes, o que equivale a cerca de 1,25% do total.
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A previsão de Helenir leva em conta a quantidade de educadores afastados em 2014 e de vagas do concurso de 2013 que ainda não foram preenchidas.
- Fizemos uma projeção com base nos dados de que dispomos. Pode ser que fique abaixo disso, mas sabemos que existe defasagem, então não dá para o governo esperar até a última hora para chamar professores - alerta Helenir.
É o que vai ocorrer. Vieira diz que ainda está recebendo dados das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) e que só terá certeza do cenário às vésperas do início do período escolar. Até a semana passada, as CREs haviam indicado a necessidade de no­mear 570 concursados e de firmar 370 novos contratos emergenciais (para os casos em que o banco de aprovados não supre a demanda).
O problema é que o prazo para ajustes nas matrículas termina apenas em 25 de fevereiro, um dia antes da chegada dos alunos. Só então Vieira irá se reunir com os técnicos para avaliar a situação e decidir quantos profissionais extras serão chamados, sendo que isso ainda vai depender de autorização da Secretaria da Fazenda. Como os trâmites podem se arrastar, é possível que estudantes fiquem à deriva por semanas.
- Sei que existe esse risco, mas diante da situação financeira do Estado não posso ser irresponsável e chamar pessoas sem ter total segurança da necessidade de cada uma. A tendência é de que as faltas sejam pontuais, inclusive porque o número de matrículas vem caindo - pondera Vieira.
Educação
Governo e Cpers divergem sobre número de professores que faltam na rede estadual
Defasagem no quadro de docentes volta a preocupar, às vésperas do início das aulas. Enquanto sindicato estima que faltem 10 mil profissionais, Estado afirma que carência não ultrapassa mil docentes
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