O líder do blocão é o novo presidente da Câmara. Com 267 votos, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito em primeiro turno na noite deste domingo. Ele preside a Casa em 2015 e 2016.
Cunha derrotou Arlindo Chinaglia (PT-SP), candidato do governo Dilma, que teve 136 votos. Júlio Delgado (PSB-MG) teve 100 votos, Chico Alencar (PSOL-RJ) oito. Ainda foram dois votos em branco.
- Nunca falamos que seríamos oposição, mas falamos que não seríamos submissos - disse o novo presidente.
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Favorito na disputa, Cunha resistiu à pressão do Planalto, que escalou ministros e presidentes de partidos aliados para pender a eleição a favor de Chinaglia. A vitória do peemedebista implica uma pesada derrota ao governo Dilma e ao PT, que tentou costurar um acordo com Cunha ao longo do domingo, pleito que não teve sucesso.
A escolha do novo presidente da Câmara provocou uma guerra entre PT e PMDB, os principais paridos da base do governo Dilma Rousseff. Marcada por trocas de acusações dos dois lados, a campanha teve caravanas dos principais candidatos pelo país, reuniões e jantares ao longo das últimas semanas.
Aos 56 anos, Cunha está no quarto mandato consecutivo de deputado federal. Economista, radialista e membro da bancada evangélica, iniciou sua carreira política como presidente da Telerj entre 1991 e 1993. Após foi deputado estadual pelo Rio de Janeiro. Em 2002, elegeu-se deputado federal e obteve mais três mandatos.
Líder do PMDB nos últimos anos, Cunha organizou um grupo de deputados independentes de outros partidos, batizado de blocão. O coalizão deu dores de cabeça ao governo Dilma e se acostumou a decidir o destino de votações importantes. Recentemente, o parlamentar teve seu nome citado entre os envolvidos nos desvios da Petrobras, apurados na Operação Lava-Jato.
Conhecido pela ligação com grupos econômicos, o novo presidente da Câmara não tem a simpatia de Dilma Rousseff. Difícil de enquadar e eleito com discurso de independência em relação do Planalto, Cunha não era o candidato preferido do governo, já que presidente da Casa decide quando um projeto vai à votação e tem poder para dar andamento em pedidos de CPI e cassação.
A articulação de Dilma terá dificuldades para manter as rédeas da Câmara em uma cenário de denúncias de políticos na Lava-Jato e de ameaça de nova CPI da Petrobras. Ainda há necessidade de aprovar as medidas de ajuste fiscal.
Em sua primeira fala, Cunha negou mágoas ou retaliações em virtude da interferência do governo. Ainda defendeu a reforma política e o pacto federativo. O presidente já antecipou que levará ao plenário a PEC que torna impositivo o pagamento das emendas parlamentares.
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* Zero Hora