Manifestações em homenagem às vítimas dos ataques terroristas marcaram o domingo na França. Em Paris, 1,5 milhão saíram às ruas, incluindo 50 líderes de Estado. Em todo o país, 3,7 milhões participaram das marchas.
Confira aqui como foram as manifestações
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No total, 17 pessoas foram mortas nos atentados: 12 na redação da Charlie Hebdo, um policial em um tiroteio e quatro reféns de um atentado a um mercado.
O país segue em alerta máximo contra o terrorismo e à procura de Hayat Boumeddiene, 26 anos, cúmplice do homem que invadiu um mercado de produtos judaicos. Ela teria saído do país antes dos ataques. Os outros três terroristas envolvidos foram mortos.
Presidente François Hollande participou do ato ao lado de cerca de 50 líderes de Estado
Foto: PATRICK KOVARIK, AFP
Com expressão grave e de braços dados com o presidente francês François Hollande, líderes mundiais lideraram a marcha, iniciada na Praça da República, pouco antes das 15h30min locais (12h30min de Brasília).
Entre eles estavam o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente palestino, Mahmud Abbas, a chanceler alemã, Angela Merkel, os reis da Jordânia, Abudullah e Rania, o premiê britânico, David Cameron, e o colega espanhol, Mariano Rajoy, entre outros. Foi sentida a ausência do ministro marroquino das Relações Exteriores, Salaheddine Mezouar, que enviou suas condolências à França, mas não compareceu à marcha "em razão da presença de charges blasfematórias" do profeta no evento, segundo comunicado oficial divulgado pela embaixada marroquina.
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Ao longo da passeata, alguns dirigentes saudaram os moradores de imóveis próximos e foram aplaudidos pela multidão. Meia hora depois do início da marcha, líderes mundiais e personalidades políticas francesas fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos 17 mortos.
Logo depois, os dirigentes começaram a se retirar da manifestação, enquanto o presidente francês permaneceu no local, entre os manifestantes, e saudou e abraçou familiares das vítimas dos terroristas.
- Paris é, hoje, a capital do mundo. Todo o país se erguerá com o melhor que tem. Esta manifestação deve demonstrar o poderio e a dignidade do povo francês, que vai gritar seu amor pela liberdade e a tolerância - declarou Hollande pouco antes da marcha.
Mais cedo, o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, já tinha dito que o evento teve uma "amplitude sem precedentes". Sob um radiante sol de inverno, os manifestantes cantavam A Marselhesa, o hino nacional francês, e gritavam "Charlie, liberdade!" e "Viva a França!".
Veja vídeo da chegada dos manifestantes feito pelo Le Monde:
Hollande participou de cerimônia na Sinagoga de Paris
Após a manifestação, Hollande e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foram ovacionados ao entrarem na Grande Sinagoga de Paris.
Os dois líderes participaram de uma cerimônia em homenagem a todas as vítimas dos atentados de Paris, entre elas quatro judeus mortos na sexta-feira por Amedy Coulibaly, durante a tomada de reféns em um supermercado na capital francesa. A cerimônia começou pouco antes das 19h30min locais (16h30min, horário de Brasília).
No mapa do Le Figaro, veja o número de manifestantes em cada cidade:
Marcha emocionante
Maior mobilização da história da França reúne 3,7 milhões
Em Paris, 1,5 milhão foram às ruas, incluindo 50 chefes de Estado
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