Mesmo após um ano de baixo desempenho na economia e desaceleração das vendas, a taxa de desemprego diminuiu na região metropolitana de Porto Alegre em 2014. O total de pessoas sem uma ocupação caiu de 6,4% em 2013 para 5,9% no ano passado - o menor patamar desde que começou o levantamento, em 1993, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Ainda assim, o mercado de trabalho regional apresentou índices desfavoráveis em alguns indicadores.
Confira o balanço sobre o mercado de trabalho na Região Metropolitana
O número de desempregados na região é estimado em 109 mil - 13 mil a menos que em 2013, mantendo a trajetória de declínio iniciada uma década antes. Contudo, a força de trabalho também diminuiu: a Pesquisa de Emprego e Desemprego divulgada nesta quarta-feira aponta que, pelo segundo ano consecutivo, há menos pessoas exercendo algum tipo de atividade remunerada. Ou seja: as vagas estão sendo preenchidas, mas o número de trabalhadores está em declínio.
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Para o coordenador da pesquisa pela FEE, Rafael Caumo, a boa notícia da redução da taxa de desemprego é ofuscada pelo cenário de fraca expansão de empregos na Grande Porto Alegre. Ele explica que há mais pessoas deixando o mercado de trabalho formal - sejam aposentados ou demitidos que buscam sustento a partir de outras fontes - e poucas assumindo a condição de empregados.
- Como não houve aumento no número de ocupados, a redução do desemprego ocorre porque houve uma quantidade maior de pessoas se retirando da força de trabalho - completa Miriam De Toni, socióloga e pesquisadora da FEE.
Com menos trabalhadores, renda permanece estável
No comparativo entre 2014 e 2013, houve redução de 2,7% no potencial de mão-de-obra. Apesar da redução no desemprego, o contingente de ocupados também apresentou queda: a quantidade de pessoas que trabalharam no ano passado caiu 2,1%, a maior diminuição desde que a pesquisa teve início. Apesar dos índices tímido sobre o emprego na região, Porto Alegre é a metrópole com as melhores taxas entre as cinco pesquisadas.
Nesse contexto de poucas novas vagas, maior índice de inativos e taxa de desemprego menor, o salário se manteve estável na Região Metropolitana. Interrompendo uma série de aumentos que seguia desde 2005, o rendimento médio dos trabalhadores passou a ser de R$ 1.855.
- A renda média não apresentou grandes variações, então essa queda foi causada principalmente pela redução da ocupação e do emprego - destaca Caumo.
Entre os principais setores de atividade econômica analisados pela FEE em convênio com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas a construção civil apresentou aumento no número de trabalhadores, com mais 5 mil ocupados. Comércio, indústria de transformação, serviços e reparação de veículos automotores e motocicletas tiveram queda no número de empregados no ano passado.