Em meio a tantas dúvidas sobre a necessidade da ampliação da pista do Salgado Filho, o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha, manifesta uma certeza: o Estado não teria mercadorias suficientes para exportar por avião e, portanto, justificar a obra. De acordo com dados de outro ministério - do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, a premissa não bate com a realidade: nos últimos cinco anos, mais de 90% da exportação gaúcha despachada via aérea foi obrigada a decolar por outros terminais. A estrutura restrita não permite a decolagem de jatos abarrotados de cargas.
Para chegar a São Paulo, a mercadoria enfrenta horas de viagem e mais de mil quilômetros em estradas esburacadas. Além de possíveis danos nos produtos, a demora para a entrega ao cliente contribui para a perda de competitividade.
- Ser competitivo envolve vários aspectos. O preço é um, e tempo de entrega é outro. Quando falamos em commodities, isso ainda é administrável, mas quando falamos em tecnologia de ponta, não. Não dá para sair vendendo chip de caminhão estrada afora - afirma Carlos Roberto Menchik, responsável pela gestão de cadeias de suprimentos da consultoria em logística Prolog.
Infraestrutura
Com pista curta, só 10% das exportações aéreas saem do Estado via Salgado Filho
O comprimento limitado não permite decolagem de cargueiros lotados no aeroporto. Isso faz com que 90% dos produtos levados ao Exterior por avião tenham de sair de outros terminais
Cadu Caldas
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