A comoção em torno da busca aos terroristas parou a capital francesa durante a tarde desta sexta-feira. Enquanto os irmãos Kouachi, autores do atentado à Charlie Hebdo, se refugiavam em uma fábrica em Seine-et-Marne, nordeste de Paris, um homem invadia um supermercado em Porte de Vincennes, no leste.
Amedy Coulibaly entrou no mercado de produtos judaicos e matou quatro pessoas. Em seguida, ligou para a polícia. A sua principal demanda consistia em liberar o cerco que era mantido simultaneamente aos responsáveis pelo ataque à revista francesa. Após quatro horas de cárcere, a polícia invadiu o estabelecimento onde havia pelo menos 15 reféns.
Conheça o perfil dos responsáveis pelo ataque à Charlie Hebdo
Várias estações de metrô foram fechadas e a circulação de carros no principal anel viário foi interrompida, por ser o principal acesso ao supermercado em questão. O clima de alerta tomou toda Paris e provocou pequenos incidentes. O falso alerta de um suposto homem armado na estação de Trocadero, próxima à Torre Eiffel, causou pânico momentâneo. O incidente levou as autoridades a evacuarem a praça que figura entre um dos principais pontos turísticos da cidade.
Paris passa de uma caçada aos culpados a um momento de luto e revolta. Uma manifestação é organizada para o próximo domingo, dia 11, e já mobiliza milhares de pessoas nas redes sociais.
O presidente francês François Hollande declarou que participará da marcha e conclamou a população à "vigilância, à unidade e à mobilização". A presença de um presidente em uma manifestação pública deste tipo não acontece desde o ano de 1990, quando o então líder de Estado François Mitterand apoiou o protesto contra a profanação de túmulos no cemitério judeu de Carpentras.
Após 53 horas de caçada, megaoperação policial é encerrada, mas temor segue na França
Apesar da conferência feita pelo presidente às 20h (no horário local), as autoridades de segurança nacional fazem ressalvas à realização desta manifestação por receio de excessos por parte da população.
Neste momento, a principal preocupação das autoridades e de parte da população centra-se na segurança da vasta comunidade muçulmana na França. Cerca de quatro mesquitas foram atacadas durante a semana. Em um cenário já marcado pelo crescimento da xenofobia e do radicalismo da extrema direita, os últimos acontecimentos tornaram o quadro ainda mais sombrio.
No mapa, confira o local dos ataques em Paris:
Confira as fotos da movimentação no entorno da fábrica:
Fábrica fica a cerca de 40 quilômetros a nordeste de Paris:
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O que aconteceu
Três homens atacaram a sede da revista satírica francesa Charlie Hebdo, em Paris, matando pelo menos 12 pessoas. Os homens encapuzados, armados com fuzis Kalashnikov, entraram no escritório por volta do meio-dia (9h de Brasília) desta quarta-feira e abriram fogo, deixando 12 vítimas fatais - 10 jornalistas e dois policiais
Pelo menos cinco pessoas estão em estado grave. Após trocar tiros com a polícia, os terroristas fugiram do local em um carro dirigido por uma quarta pessoa em direção ao nordeste de Paris. As informações são do jornal The Guardian e da BBC News. Entre os mortos, estão o jornalista, cartunista e diretor do semanário, Stephane Charbonnier, conhecido como Charb, e três cartunistas: Cabu, Wolinski e Tignous.
Charlie Hebdo é uma revista satírica semanal conhecida pelo envolvimento em polêmicas. Um dos seus últimos tweets foi uma charge do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi. O semanário já havia sido alvo de outros atentados: em 2011, a sede foi incendiada após a publicação de charge sobre o profeta Maomé.
Al-Baghdadi representado em charge recente da revista
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Vídeo mostra terroristas executando policial na saída da sede:
Confira imagens do local do atentado: