Escutas telefônicas comprovam ligação do bandido Seco com roubos de veículos e tráfico de drogas Bandido Seco preparava facção criminosa aos moldes do PCC nas cadeias gaúchasBandido Seco comandava roubos de veículos e tráfico de drogas de dentro da Pasc
O juiz da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre, Sidinei Brzuska, disse nesta quinta-feira (6) ao Gaúcha Repórter que a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) deveria ser reconstruída. Segundo ele, a estrutura do prédio não funciona mais para o que foi projetada, principalmente pelo fato de que os apenados utilizam diretamente celulares no local. "A penitenciária não cumpre mais a sua função. O Estado precisa urgente definir um novo terreno e construir uma nova prisão (...) quando foi construída, os recursos tecnológicos eram outros. Não haviam nem telefones celulares".
Além disso, Brzuska diz que uma nova casa prisional seria mais barata, moderna e com capacidade de enfrentar estes novos recursos tecnológicos que são usados para o crime. “O governo do estado trata a questão da Pasc como a prefeitura trata o arroio Dilúvio”, afirmou o magistrado.
Brzuska destacou ainda que muitos apenados não poderiam mais estar no local e que o governo trata a penitenciária com uma cadeia normal e não como uma instituição de segurança máxima. Atualmente, a Pasc tem 16 galerias com celas individuais e quatro pátios. E é justamente nos pátios onde os integrantes de facções se misturam.
Susepe vai instaurar sindicância para apurar este episódio envolvendo o Seco e quer melhorar equipamentos da Pasc
Além de melhorias para garantir que os apenados não usem aparelhos como celular, a Susepe vai instaurar sindicância para apurar este episódio envolvendo o Seco. A Pasc prepara para os próximos dias medidas para evitar a comunicação de seus detentos com o mundo externo. A garantia é do Diretor do Departamento de Segurança e Superintendente-adjunto da Susepe, Irineu Koch. Em entrevista ao Gaúcha Repórter ele detalhou que instalações e testes de equipamentos iniciam nos próximos dias. As ações visam evitar novos casos como os apurados pelo Departamento de Investigações Criminais (Deic) que obtiveram escutas telefônicas do assaltante Seco que arquitetava um plano para controlar os demais presídios do Estado de dentro da Pasc.
Segundo Koch, atualmente as revistas são feitas com aparelhos que não dão total segurança. "Nós temos detectores de metais manuais, o portal detector de metal mas eles não são 100% eficazes. Existem alguns equipamentos que eles não conseguem detectar", contou. Para os próximos dias, a penitenciária deve receber a instalação de um scanner corporal, que dará mais segurança nestas revistas. "A Susepe já está com o scanner corporal que está sendo instalado na Pasc para evitar a entrada dos aparelhos celulares, armas e drogas. Todos os visitantes vão passar por esse scanner, inclusive os servidores".
Outra medida adotada pela Susepe é a instalação de um bloqueador de cinal para celulares. Algo que só não foi instalado ainda, segundo Koch, pela falta de projetos totalmente confiáveis. "Estamos contratando uma empresa para colocar esses bloqueadores. Fizemos vários testes mas até agora nenhuma trouxe eficácia de 100% de bloqueio. Temos uma empresa espanhola agora que vai fazer esse teste. No momento que a gente chegar no nível desejado a gente vai contratar".
Questionado se a Pasc poderia ser realmente considerada uma penitenciária de alta segurança, visto que um detento teve acesso a celulares e comunicação externa, o diretor afirmou que atualmente, no Estado não há presídio mais seguro. "No Rio Grande do Sul é a que tem mais segurança. Com o scanner e com os bloqueadores de celular vai chegar mais próximo do ideal", destacou.