Em reunião na manhã desta quarta-feira (10), lideranças dos partidos membros da CPI Mista da Petrobras aprovaram a convocação do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato, para depor na sessão da próxima quarta à comissão. Segundo o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), o requerimento para a convocação de Costa foi aprovado em junho, mas a data ainda não havia sido agendada.
A presidência da comissão vai encaminhar uma petição ao ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), além dos pedidos feitos por ofício, para se tornar parte no processo que vai analisar a delação premiada de Costa. Os parlamentares querem ter acesso ao conteúdo dos depoimentos do ex-diretor à justiça do Paraná conforme eles forem sendo liberados. Segundo o relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), uma CPI tem o mesmo direito que o poder judiciário de acesso ao conteúdo processual, pois instaura também um inquérito de investigação.
A expectativa é de que Costa seja liberado para prestar depoimento, porém não se manifeste frente aos deputados e senadores, já que o acordo de delação premiada firmado por ele ainda está em curso e o processo é sigiloso. Ele é suspeito de integrar uma quadrilha de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, investigada pela Polícia Federal.
Em junho, o executivo prestou depoimento à CPI exclusiva do Senado, quando disse que a petroleira não é uma "casa de negócios". Neste último fim de semana, no entanto, reportagem da revista Veja revelou nomes, sem comprovação, de políticos que teriam sido apontados por Costa durante depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) no Paraná. Segundo a publicação, ele entregou três governadores, seis senadores, um ministro e, pelo menos, 25 deputados federais, como beneficiados em um esquema de propina da estatal.
A Veja afirma que o ex-diretor citou os nomes da governadora Roseana Sarney (Maranhão); dos ex-governadores Sérgio Cabral (Rio) e Eduardo Campos (Pernambuco); do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR) e Ciro Nogueira (PP-PI); e dos deputados Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Cândido Vacarezza (PT-SP), Mário Negromonte (PP-BA) e João Pizzolatti (PP-SC). Os políticos mencionados na reportagem negam envolvimento no esquema de pagamento de propina na Petrobras.