Vereadores de Canoas se reúnem, na tarde desta terça-feira (26), para definir se abrem uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o caso de vereadores suspeitos de extorsão de servidores em cargos comissionados. Na segunda-feira, o Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão e um de prisão temporária relativos aos crimes envolvendo três vereadores.
Para que a CPI seja instalada, é necessária a assinatura de sete membros da casa. O Presidente da Câmara de Vereadores de Canoas, Ivo Lech (PMDB), garante que não tinha conhecimento do caso.
“Nunca tomei ciência dessas irregularidades. É um caso muito grave que chocou a mim e a todos. A casa é obrigada a dar uma reposta à sociedade", ressalta o presidente.
Cerca de 10 ex-assessores ligados a vereadores suspeitos estão sendo ouvidos hoje pelo Ministério Público.
"Havia uma troca muito grande de assessores, até que se encontrasse algum que topasse com a exigência do vereador, portanto ainda não temos como saber quantos estão envolvidos, mas vamos tentar ouvir todos eles", explica o Promotor Flávio Duarte.
Os vereadores investigados são Celso Janke (PP), que teve prisão temporária decretada e será encaminhado ainda hoje ao Presídio Central; Francisco da Mensagem (PSB); e Doutor Pompeu (PTB).
Segundo as apurações, funcionários eram obrigados a devolver parte dos salários ou, até mesmo, retirar empréstimos consignados que variavam de R$ 40 mil a R$ 70 mil para os parlamentares. A investigação também apontou a existência de funcionários fantasmas, que repassavam todo o salário aos vereadores, e lavagem de dinheiro, através de depósitos nas contas de familiares.
Gravação obtida pela RBS TV mostra vereador de Canoas cobrando parcela de salário de assessor: