
Doze pessoas investigadas na Operação Precatórios foram denunciadas pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, corrupção passiva, corrupção ativa, uso de documento falso, violação de sigilo funcional e falsidade ideológica. Segundo as investigações, havia dois núcleos criminosos que fraudavam precatórios. Um deles negociava a venda desses créditos, através de cessões e procurações falsas. As empresas vítimas adquiriam e utilizavam os precatórios para suspender processos de execução de dívidas. Meses após a inclusão do crédito, o Judiciário e a empresa ficavam sabendo que tratava-se de golpe. Esse núcleo desviou R$ 26 milhões, segundo o promotor Ricardo Herbstrith. Já o segundo núcleo da fraude estava ligado a uma funcionária do Setor de Precatórios do Tribunal de Justiça, que mais tarde foi exonerada. Ela cobrava para entregar informações cobertas pelo sigilo funcional, em especial em relação aos credores de precatórios. Esse grupo falsificava documentos e assinaturas. Com isso, fraudaram R$ 11,6 milhões. O promotor lembra que a golpe pode chegar a R$ 100 milhões, já que o valor contabilizado foi apenas do ano de 2010.
"Essa fraude pode ser maior. Pode ter desdobramentos maiores ainda dessa fraude, porque nós trabalhamos apenas um período dessa prática deles. Embora nós não tenhamos aprofundado isso, mas é possível que isso tenha acontecido em outros anos também", afirma Herbstrith.
A fraude envolvendo precatórios foi descoberta pela própria Corregedoria do Tribunal de Justiça em abril de 2013, que encaminhou o caso ao Ministério Público Estadual.